- Comentar
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira, no seu primeiro discurso sobre o Estado da União, uma nova meta comunitária para redução de emissões poluentes, que passa a ser de 55% até 2030.
No documento que vai apresentar na quinta-feira, Von der Leyen considera que a resposta económica sem precedentes da Europa à crise da Covid-19 é "uma oportunidade única para acelerar a transição para uma economia neutra para o clima". Von der Leyen garante que a pandemia só acelerou a estratégia. No início de 2021, os planos devem ser impulsionados em força, apontou ainda a líder europeia.
O Green Deal, na perspetiva da representante da Comissão Europeia, constitui o plano mais concreto para tornar a Europa o primeiro continente neutro em 2030.
A presidente da Comissão Europeia admite que o aumento de 40 para 55% da queda de emissões carbónicas pode ser exigente, mas acredita que a indústria necessita de tais objetivos e que grande parte até a deseja. "Se os outros seguirem a nossa liderança, o mundo conseguirá manter a subida de temperaturas nos 1,5ºC."
"Queremos ser líderes no mundo nisso", frisou a líder europeia, que fez referência aos jovens, que já pedem mudanças. Von der Leyen apelou ao esforço conjunto, até pela mitigação da dependência energética em relação a outros países. No próximo verão, toda a legislação relativa às emissões carbónicas será revista. A presidente da Comissão Europeia acredita ser necessário mudar a forma como os seres humanos convivem com a natureza. A verdadeira mudança partirá dos jovens da União Europeia, garante. "Somos os líderes de obrigações verdes no mundo."
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Será anunciada uma meta de 30% dos mil milhões de euros para serem utilizados em obrigações verdes na União Europeia.
"A Comissão propõe aumentar os objetivos para redução de emissões de dióxido de carbono [CO2] em pelo menos 55% até 2030", declarou Ursula von der Leyen, discursando no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
"Reconheço que este aumento de 40% para 55% é muito para uns e que para outros fica aquém, mas a avaliação de impacto que realizámos demonstra que a economia e a indústria conseguem fazê-lo e querem fazê-lo", acrescentou a responsável.
Classificando este como um "objetivo ambicioso, alcançável e também benéfico para a Europa", Ursula von der Leyen afincou que a União Europeia (UE) "já demonstrou" que consegue chegar a tais reduções.
"As emissões de CO2 caíram 25% desde 1990 e a economia cresceu mais de 60%", destacou a líder do Executivo comunitário, frisando que "agora a diferença é que existe [mais] tecnologia".
"Se outros seguirem o nosso exemplo, o mundo poderá manter o aquecimento global abaixo dos 1,5 graus", destacou, numa alusão às metas ambientais estipuladas pelo Acordo de Paris.
Com a área ambiental como uma das prioridades do seu mandato, Ursula von der Leyen anunciou também que 30% dos 750 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação criado para colmatar as consequências económicas da crise gerada pela pandemia de Covid-19, o chamado 'Next Generation EU', "serão alocados à emissão de obrigações verdes".
O objetivo é que, através desses mecanismos, possam ser financiados "programas europeus de hidrogénio e renovação", exemplificou.
"Tudo isto fará com que a Europa volte a estar de pé, mas, ao sairmos desta crise juntos, também teremos de seguir em frente, tendo em conta o dia de amanhã", adiantou Ursula von der Leyen, vincando que "o que faz bem ao clima, também é bom para as empresas".

Leia também:
Von der Leyen quer salário mínimo para todos na Europa

Leia também:
Von der Leyen quer criar agência europeia para investigação avançada na biomedicina