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No dia em que Lula da Silva visita a Argentina, na primeira visita ao estrangeiro depois de tomar posse num terceiro mandato como Presidente do Brasil, assina um artigo conjunto com o Presidente argentino, Alberto Fernández, onde ambos defendem um retomar da aliança estratégica entre os dois países vizinhos.
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"Em Buenos Aires vamos relançar a aliança estratégica bilateral com a reativação de vários espaços de cooperação e diálogo. São múltiplas as áreas em que voltaremos a trabalhar juntos em temas importantes para a qualidade de vida de nossas populações, como combate à fome e à pobreza, saúde, educação, desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e redução de todas as formas de desigualdade. De uma vez por todas, a história será escrita por nossos povos", pode ler-se no artigo conjunto dos dois presidentes no diário digital Perfil.
Juntos, Lula da Silva e Alberto Fernández indiciam um caminho conjunto com uma moeda única a sustentar um caminho democrático e económico comum. A ideia de uma moeda comum para Brasil e Argentina já tinha sido defendida há um ano por Fernando Haddad, agora ministro das Finanças de Lula.

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"Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa", revelam os dois chefes de Estado.
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Lembram ainda que a relação próxima das duas nações irmãs, de dois séculos, nunca deveria ter sido quebrada como aconteceu nos últimos anos com Bolsonaro, no Brasil.
"O evento marcará o retorno do Brasil a esse mecanismo de diálogo e consulta regional. Uma relação que nunca deveria ter sido interrompida e que a história da irmandade latino-americana consegue retomar", acrescenta o texto.
Fernández será igualmente o anfitrião da 7.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados da América Latina e das Caraíbas (CELAC), que terá lugar na terça-feira em Buenos Aires e na qual Lula participará.
O líder argentino elogiou a atuação de Lula na resolução da tentativa de golpe encenada por milhares de apoiantes radicais do ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro a 08 de janeiro em Brasília, um episódio que "deveria chamar a atenção do país e do continente", considerou.
O chefe de Estado argentino considerou que "seria difícil que algo assim acontecesse na Argentina" porque têm "forças armadas alinhadas com a 'institucionalidade'".
Fernández disse que certos setores da ala direita latino-americana "reforçaram certas características", inspiradas pela administração norte-americana de Donald Trump, e que a direita na América Latina está "muito forte", dando como exemplo as vitórias magras dos líderes de esquerda em eleições nos respetivos países.