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Com a guerra na Ucrânia e a tensão provocada pela visita de Nancy Pelosi a Taiwan a marcarem a agenda internacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e o secretário de estado norte-americano, Antony Blinken, encontram-se esta sexta-feira no Camboja para participar no Fórum Regional da Associação das Nações do Sudeste Asiático.
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Luís Tomé, professor de relações internacionais na Universidade Autónoma, diz que não são esperadas grandes decisões, mas esta é uma oportunidade para juntar os atores que marcam o contexto internacional atual.
Luís Tomé fala da importância do encontro entre Blinken e Lavrov
Em declarações à TSF, o docente garante que este encontro "é muito importante não só pelo contexto que estamos a viver, mas porque nesta reunião já estão confirmadas presenças dos ministros dos Negócios Estrangeiros russo e chinês, do secretário de estado norte-americano e, inclusivamente, de um representante da Coreia do Norte", mas, mesmo assim, "não podemos esperar decisões de fundo".
Luís Tomé sublinha que muitos assuntos e divergências vão ser salientadas durante o fórum da ASEAN, como, por exemplo, a questão do Myanmar, "onde há uma condenação generalizada dos atentados da junta militar contra a sua população", mas, pelo contrário, a Rússia demonstrou solidariedade com o governo do país. De resto, as opiniões contrárias de russos e norte-americanos marcam a agenda do evento.
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Professor universitário dá exemplos de divergências que podem surgir no evento
O professor de relações internacionais na Universidade Autónoma acredita que os EUA e a Rússia vão tentar aproveitar este encontro para ganhar pontos junto da comunidade internacional.
"A Rússia vai tentar obter algum ganho político e furar o bloqueio diplomático e sanções que o ocidente promove e, por seu lado, os EUA e os representantes da União Europeia vão tentar, uma vez mais, verbalizar as críticas à Rússia e tentar trazer para o seu lado países que têm resistido criticar a Rússia", considera.
Ramos Horta acredita na entrada de Timor-Leste na ASEAN em 2023
Ouvido pela TSF, José Ramos Horta deixou a convicção de que Timor-Leste deve passar a membro permanente da ASEAN, a Associação das Nações do Sudeste Asiático, no final de 2023.
O presidente timorense sublinha que esta é uma matéria que tem acompanhado "há muitos anos". Durante uma visita recente à Indonésia, o chefe de estado confessa que saiu da viagem com a crença de que "está assegurada a adesão de Timor em 2023". O líder timorense, eleito em abril deste ano, destacou a importância de pertencer a uma organização como a Associação das Nações do Sudeste Asiático.
Ramos Horta confessa estar confiante com a entrada de Timor-Leste na ASEAN
Sobre a visita ao país vizinho, o presidente timorense sublinha a capacidade que as duas nações tiveram para resolver os conflitos do passado e destaca a forma como foi recebido, "extremamente elaborada, revelando a amizade e a cooperação que os dois países têm."
A Ásia está a passar por momentos de tensão, com a crise entre Taiwan, a China e os Estados Unidos. O presidente de Timor-Leste não acredita que a ASEAN possa ter um papel determinante no apaziguar do conflito, até porque a China não pertence à organização. José Ramos Horta prefere destacar as qualidades de Timor-Leste, "um oásis de tranquilidade" numa zona com vários problemas.
"Timor-Leste é um oásis de tranquilidade"
O Fórum Regional da Associação das Nações do Sudeste Asiático decorre no Camboja. Do evento, destaca-se a ausência do ministro dos Negócios estrangeiros de Myanmar. A ASEAN é constituída pelo Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname.