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O opositor do regime russo Alexey Navalny apelou esta quarta-feira, no Instagram, a uma mobilização generalizada contra a guerra na Ucrânia e pede aos russos que não tenham medo de ser detidos.
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"Não se pode esperar um dia, estejamos onde estivermos. Na Rússia, na Bielorrússia ou no outro lado do planeta, vão para a praça principal da vossa localidade às 19h00 todos os dias úteis e às 14h00 aos fins de semana e feriados", apela Navalny.
O ativista reconhece que não se pode apelar ao protesto "se não se for um, correndo o risco de se ser detido", mas lembra: "Eu já estou preso, portanto acho que posso [apelar]."
Navalny apela também à realização de desfiles nos fins de semana: "Sim, pode não participar muita gente no primeiro dia. E ainda menos no segundo. Mas temos de cerrar os dentes e, conquistando o nosso medo, ir à rua e exigir o fim da guerra."
"Cada pessoa detida deve ser substituída por mais duas que saiam à rua", defende também Navalny, que reconhece que "se for preciso encher as prisões e as carrinhas da polícia" para parar com a guerra, "então que se encham as prisões e as carrinhas da polícia".
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Na publicação partilhada esta quarta-feira, Navalny garante também que os russos querem "uma nação de paz", embora "poucos agora nos apelidassem assim".
Por contraste, o opositor russo pede que a Rússia não se torne numa "nação de silêncio amedrontado" e de covardes "que fingem não reparar na guerra deflagrada pelo nosso obviamente louco czar contra a Ucrânia".
"Não posso, e não vou ficar, em silêncio a ver como o absurdo pseudo-histórico sobre os eventos de há 100 anos se tornou numa desculpa para os russos matarem ucranianos", denuncia ainda, realçando que nos anos 20 do século XXI todos estamos a ver "pessoas a arder em tanques e casas a ser bombardeadas" ao mesmo tempo que se ouvem ameaças de uma guerra nuclear.
"Nasci na URSS e o lema durante a minha infância é 'lutem pela paz'", realça. "Peço a todos que ocupem as ruas e lutem pela paz."
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