Mais de 20 mil mortos nos sismos. É o terramoto mais mortal na Turquia desde 1999

Na Turquia, mais de seis mil edifícios em dez províncias do sudeste desabaram.

O número de mortos provocados pelo sismo que abalou a Turquia e a Síria na segunda-feira subiu para 20 451, segundo um novo balanço provisório divulgado pelas autoridades e equipas de resgate.

Na Turquia, o número de mortos aumentou para, pelo menos, 17 134 e 70 347 feridos esta quinta-feira, de acordo com a Agência de Gestão de Catástrofes e Emergências (AFAD) do país. Números que fazem deste o sismo mais mortal na Turquia desde 1999. Já na Síria o número de mortos subiu para 3317, incluíndo 1970 em áreas controladas pelos rebeldes no noroeste, segundo o grupo de defesa civil Capacetes Brancos. Nas partes do país controladas pelo governo há 1347 mortos, avançam os orgãos de comunicação estatais sírios.

O sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria. Foi seguido de várias réplicas, umas das quais de magnitude 7,5.

Nos dois países atingidos pelo terramoto foram também registados mais de 58 mil feridos, muitos com fraturas e outras lesões graves.

Na Síria, 23 milhões de pessoas estão "potencialmente expostas, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na Turquia, 6.444 edifícios em dez províncias do sudeste desabaram, disse o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que reconheceu na quarta-feira alguns problemas iniciais das autoridades nos esforços de resgate.

"Vamos começar a remover os escombros e a nossa meta é reconstruir as casas em Kahramanmaras e nas outras cidades afetadas dentro de um ano", prometeu.

Além disso, Erdogan anunciou uma ajuda financeira para as vítimas no valor equivalente a 495 euros por pessoa afetada.

Entretanto, deixou de ser possível aceder à rede social Twitter através das principais operadoras de telecomunicações móvel da Turquia, numa altura em que crescem as críticas à forma como as autoridades lidaram com a tragédia.

A polícia turca prendeu uma dúzia de pessoas desde o terremoto de segunda-feira, devido a publicações nas redes sociais críticas da forma como o governo lidou com o desastre.

"Algumas pessoas desonestas e desonrosas publicaram declarações falsas como: 'não vimos soldados ou polícias'", disse Erdogan.

No terreno, as equipas de resgate estão a trabalhar sob frio extremo, que complica as tarefas de busca e salvamento, sendo que as primeiras 72 horas são cruciais para encontrar sobreviventes, disse o chefe do Crescente Vermelho Turco, Kerem Kinik.

A ajuda internacional começou a chegar na terça-feira, com dezenas de países a oferecerem apoio a Ancara. Uma Força Operacional Conjunta (FOCON) portuguesa partiu na quarta-feira para a Turquia, composta por 53 operacionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, da Guarda Nacional Republicana, do Regimento Sapadores Bombeiros e do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Também na quarta-feira, o Governo do Brasil anunciou o envio de uma equipa "integrada por 26 especialistas do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, outros seis do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e mais seis do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo", de acordo com um comunicado da presidência.

Notícia atualizada às 19h27

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