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Foi a 24 de fevereiro que tudo mudou na Ucrânia e na Rússia. O dia em que começou a mudar a Europa e o mundo com uma invasão condenada um pouco por todo ocidente. Ainda que a maioria dos estados-membros na sede da ONU tenha condenado a invasão da Ucrânia por parte das tropas da Federação Russa, mais difícil foi conseguir o consenso em torno da política de sanções a Moscovo. A maioria da população mundial vive em países que não adotaram as sanções contra Moscovo, casos da China, Índia, mas também o Brasil, a África do Sul ou a Indonésia.
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Balanço de um ano marcado pela guerra
Na Ucrânia, nesse 24 de fevereiro, começava um cortejo de atrocidades e a maior vaga de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Os massacres em Bucha, Izium, mas também crimes de guerra que terão sido cometidos em cidades e vilas ucranianas de que muitos nunca tinham ouvido falar: Kherson, Bakhmut, Dnipropetrovsk, Mikolayiv, Mariupol, terras praticamente reduzidas a escombros.
Zelensky, logo no primeiro dia de invasão, recusou uma boleia para o exílio e pediu armas. A resistência começava. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, qual míssil disparado por sistema de lançamento múltiplo, saltou para o centro da arena política mundial, desdobrando-se em declarações e sessões virtuais perante parlamentos de todo o mundo.
Uma e outra e ainda outra vez - na verdade, vezes incontáveis - reiterando o pedido: a Ucrânia precisa de ajuda humanitária, mas quer sobretudo armas. Mais e mais sofisticadas armas, para poder resistir à invasão de um agressor muito mais poderoso:
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Quase sem sair do Kremlin Vladimir Putin foi dando ordens, anexando regiões ucranianas após referendos ilegais - Donetsk, Luhansk, Kherson, Zaporizhzhia - sem nunca as ter conquistado militarmente.
O presidente russo foi acusando o ocidente (pela NATO, e pelos EUA) de fazerem uma guerra contra a Rússia e de querem o extermínio dos russos e dos que falam russo no leste da Ucrânia.
O ano não terminou sem a visita surpresa de 2022. Zelensky, em carne e osso e não por videochamada, a falar perante as duas câmaras do congresso americano, em Washington. Agradeceu o apoio e pediu o sistema de mísseis Patriot, para melhor defender o espaço aéreo ucraniano.
Os preços da energia e dos combustíveis sobem em toda a Europa, os cereais chegam menos a quem mais precisa, apesar do acordo conseguido pelas Nações Unidas e Turquia, a invasão russa em larga escala já provocou dezenas de milhares de mortos e causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.