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O Presidente ucraniano considera que o dia mais assustador que teve ao longo do último ano foi no dia em que visitou a Bucha, depois da libertação da cidade que esteve ocupada pelas forças russas.
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"Aquilo que vimos significa que o Diabo não está algures, está na Terra. Talvez tenha sido isso", explicou Volodymyr Zelensky, ao mesmo tempo, em que apontou quem mais o desiludiu ao longo da guerra: "Quem abandonou o país no dia 24, quem saiu de Kiev e das cidades e aldeias e devia liderar o país e tratar da sua segurança, zelar pelo país todo."
O Presidente da Ucrânia não se isenta de erros, notando que "foram vários", já que está "o dia todo a tomar decisões". Ainda assim, "o que importa é que, como Presidente, não cometa erros fatais" que levem à destruição do país, já que tem a obrigação constitucional de zelar por ele.

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Ainda assim, o mais importante "não são apenas os territórios que se perdem, são pessoas".
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"Quem nunca esteve em guerra nem perdeu ninguém tem dificuldade em compreender a dor", algo que Zelensky diz ser difícil de "levar a todos".
Para o líder da Ucrânia, "ficar à distância e dizer que não se tem a certeza" da necessidade ou dos níveis de resposta "é uma posição fraca" e "é para isso que existem a diplomacia e o jornalismo".
"É difícil levar isto a quem está contra, e há seis países que estão contra", assinala Zelensky, referindo-se às votações na sede da ONU.
A Ucrânia "tem de dar passos em frente no continente africano, temos trabalhado mal ao longo dos anos", reconhece, algo que tem levado a uma aposta em mais representações diplomáticas.
"Ainda falta alguém nestes apoios" e Zelensky quer, por isso, organizar uma cimeira com os países latinos e africanos, comprometendo-se a estar presente, "mesmo que seja difícil".
O país, garante, tem "procurado um diálogo justo" com nações de todo o mundo, com uma aposta em tornar a "neutralidade em não neutralidade contra a guerra", ou seja, condenando-a.
Desafiado a explicar o que se passa com os F-16 e a situação em que está o seu pedido, Zelensky nota que há várias armas da NATO a que "compreensivelmente a Ucrânia não pode ter acesso por não ser um país-membro".
A Ucrânia "precisa de veículos para proteger as pessoas" e, no último outono, "percebeu que pode reconquistar os seus territórios".
Há algum tempo "ninguém na Ucrânia acreditava que podiam receber Patriots", mas agora já os têm e esse é um bom sinal, mas "com o passar do tempo perdem-se pessoas", alerta.
"Os nossos parceiros sabem que queremos veículos aéreos para proteger os nossos céus, pessoas e infraestruturas" e Zelensky já se reuniu, por exemplo, com o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak e com o primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki para acertar "o treino de militares".