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A destruição significativa das infraestruturas dizimou serviços essenciais e deixou muitas pessoas na Ucrânia sem casa ou sem meios de subsistência. As necessidades das pessoas nas regiões de Donetsk e Luhansk, que viveram oito anos de conflito sem acesso adequado a alimentos, água, saúde e cuidados de saúde mental, educação, proteção e outros serviços essenciais, são ainda prementes.
A maior gravidade das necessidades encontra-se entre as pessoas que vivem em áreas sob o controlo militar temporário da Federação Russa e em áreas diretamente afetadas por hostilidades ativas. O nível de vida destas populações "é excecionalmente baixo, os mecanismos de sobrevivência esgotaram-se e o nível de danos físicos e psicológicos é imenso".
Como se já não fosse pouco, o relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários revela que "os deslocados internos mais vulneráveis incluem os que vivem atualmente em centros coletivos, muitos dos quais não estão devidamente equipados para satisfazer necessidades de alojamento a longo prazo, e necessitam urgentemente de aquecimento e combustível, reparações de construção, instalações balneares, e outra assistência multissectorial".
A guerra afeta todos mas a uns afeta ainda mais do que a outros... A OCHA revela que os fatores de género e diversidade - como idade, deficiência e estatuto de minoria - desempenham um papel fundamental na determinação da forma como as pessoas são afetadas pela guerra. 45% daqueles que necessitam de assistência são mulheres, 23% são menores e e 15% são portadores de alguma deficiência, setores da população com "menos probabilidades de fugir devido a razões que incluem a mobilidade reduzida, relutância em abandonar as suas casas e a falta de recursos económicos. Isto representa um padrão contínuo no leste da Ucrânia desde 2014", conclui o relatório.
Entretanto, refere a OCHA, "muitas pessoas regressaram" aos oblasts do norte, "onde as necessidades humanitárias permanecem elevadas devido à destruição extensiva de infraestruturas". Dos 4,4 milhões de pessoas que regressaram e que necessitam de assistência humanitária, estima-se que "apenas 7% se encontram em partes do país sob o controlo militar temporário da Federação Russa, uma vez que a área não é propícia ao regresso".
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Este relatório, o Humanitarian Needs Overview, uma perspetiva geral das necessidades humanitárias é o resultado de esforços conjuntos da Equipa da OCHA e parceiros humanitários do país. Abrange os 24 oblasts ou regiões da Ucrânia e a cidade de Kiev, incluindo áreas sob o controlo do Governo da Ucrânia e áreas sob o controlo militar temporário da Federação Russa (mas não inclui a Crimeia e Sevastopol).