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Oito pessoas são suspeitas de homicídio no caso dos migrantes mortos num incêndio num centro de detenção de imigrantes ilegais no norte do México. Foram emitidos mandados de detenção para dois agentes federais, um funcionário da agência de migração e cinco seguranças privados.
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Em conferência de imprensa, a procuradora mexicana especialista em direitos humanos, Sara Irene Herrerias, explicou que estes suspeitos nada fizeram para ajudar os migrantes que estavam no centro de detenção.
"Nenhum dos funcionários públicos ou seguranças privados realizou qualquer ação para abrir a porta aos migrantes que se encontravam lá dentro já com o fogo", afirmou a procuradora.
Os oito suspeitos são acusados de homicídio e danos em propriedade alheia, mas Sara Herrerias sublinha que a investigação está apenas a começar.
"O crime pelo qual começou o processo é o de homicídio e danos em propriedade alheia. Sem prejuízo de que, à medida que desenvolvermos as investigações, vamos analisar outros possíveis crimes que têm a ver, provavelmente,
com abuso de autoridade e inclusive, maus tratos. Estas são apenas hipóteses que vamos analisar como decurso da investigação e das provas que encontrarmos. Mas começamos pelo crime de homicídio", explicou.
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Como resultado do incidente, dos 68 migrantes que estavam no local, 40 morreram e 29 ficaram feridos e num estado "delicado-grave" de saúde, segundo o Instituto Nacional de Imigração.
No momento do incêndio, 68 homens da América Central e do Sul estavam detidos na instalação, sendo identificados mortos e feridos da Guatemala, Honduras, El Salvador, Venezuela, Colômbia e Equador, segundo um comunicado do gabinete do procurador-geral mexicano.
O ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Mario Búcaro, disse que 28 dos mortos eram cidadãos do país.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, adiantou que o incêndio foi iniciado por imigrantes em protesto após saberem iam ser deportados.
"Nunca imaginaram que isso causaria esse terrível infortúnio", disse López Obrador.
As mortes forçaram o governo a alugar arcas frigoríficas para guardar os corpos, segundo o procurador do estado de Chihuahua, Cesar Jáuregui.