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Não há provas da transmissão do coronavírus de morcegos e de pangolins para o homem, de acordo com as mais recentes atualizações da Organização Mundial de Saúde, que se encontra na China a apurar as origens da Covid-19. O líder da equipa chinesa que integra a missão da OMS em Wuhan revelou, em conferência de imprensa, que a circulação do vírus no mundo animal sugere que houve transmissão animal-homem, mas não é possível identificar o hospedeiro.
Wannian Liang, da OMS, assume que o grupo de trabalho rejeitou a tese mais popular para a origem do vírus. "As provas oriundas de estudos científicos mostraram, até agora, que o coronavírus relacionado com o SARS-CoV-2 foi encontrado em morcegos e pangolins, sugerindo que estes mamíferos sejam o repositório do vírus que provocou a Covid-19, tendo como base a grande semelhança das sequências das amostras do vírus", sintetiza o investigador.
Ouça as declarações do investigador da OMS.
No entanto, o vírus até agora identificado nestas duas espécies "não é suficientemente semelhante ao SARS-CoV-2, não podendo [a comunidade científica] identificá-lo e relacioná-lo como progenitor direto do SARS-CoV-2", acrescenta Wannian Liang.
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Wannian Liang admite que não deve ser deixada de lado nenhuma possibilidade quanto à origem geográfica do vírus causador da pandemia. Depois de 28 dias de investigação, com 32 técnicos de 11 países, foram três os grupos de trabalho que chegaram à conclusão de que não é possível especificar a origem do vírus. Liang revelou ainda que o mercado de Wuhan não pode ser dado como a fonte dos surtos porque o coronavírus surgiu noutros locais na mesma altura.
Ouça o resumo das conclusões da OMS pela jornalista Dora Pires
O chefe da equipa de cientistas inclina-se mais para a hipótese de circulação de alimentos congelados que permitiram a propagação do vírus.
