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Um avião médico deve descolar esta quinta-feira da Alemanha às 22h00 GMT (23h00 em Lisboa) para ir buscar à Rússia e levar para Berlim o opositor russo Alexei Navalny, atualmente em coma, indicou uma organização não-governamental (ONG) alemã.
"Enviaremos um avião-ambulância com equipamento médico e especialistas para que Navalny venha para a Alemanha", confirmou à agência francesa France-Presse o presidente da ONG Cinema pela Paz, Jaka Bizilj, acrescentando que espera obter o acordo das várias autoridades "durante a noite" para a realização da operação.
Em 2018, a mesma ONG já tinha montado uma operação semelhante para um membro do grupo musical de protesto russo Pussy Riot, Piotr Verzilov.

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A pedido deste último, atendido na altura num hospital universitário de Berlim, iniciaram-se os preparativos para a possível chegada de Navalny à Alemanha, especificou Bizilj.
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O presidente da ONG disse ainda que o mesmo hospital indicou que está "pronto" para receber o líder da oposição na Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já garantiu que as autoridades russas estão prontas para ajudar na transferência do opositor para o exterior.
Por sua vez, tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, já se disponibilizaram para tratar e dar asilo político a Navalny.
O advogado Alexei Navalny, de 44 anos entrou esta quinta-feira em coma, numa unidade de cuidados intensivos num hospital da Sibéria, depois de se ter sentido mal e perdido a consciência durante um voo de regresso a Moscovo, o que a sua equipa atribuiu a um envenenamento.
A porta-voz do opositor, Kira Yarmysh, disse que o político deve ter consumido algo do chá que bebeu no início da manhã num café do aeroporto antes de embarcar no avião.
"Os médicos estão a dizer que a toxina foi absorvida mais rapidamente com o líquido quente", referiu ainda na rede social Twitter, acrescentando que a equipa de Navalny chamou a polícia ao hospital.
O vice-diretor do hospital de Omsk, disse, entretanto, que os médicos estão a fazer tudo o que podem para lhe salvar a vida.
Num comunicado, a Amnistia Internacional sublinhou hoje que a administração do hospital deve fornecer "total acesso" à informação "sobre o estado de saúde e o tratamento à família e médicos que esta escolha".