ONG diz que 34 pessoas morreram e 16 estão desaparecidas após operações antiterroristas no Mali

A Human Rights Watch apela às autoridades de Bamako para que abram uma investigação "credível e imparcial" sobre os incidentes e suspendam os responsáveis militares envolvidos.

A ONG Human Rights Watch (HRW) disse esta terça-feira que 34 pessoas morreram e 16 estão desaparecidas, na sequência de operações antiterroristas do exército maliano na região de Mopti, no centro do país e alertou para a existência de alegados maus-tratos.

Num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE, a HRW apelou às autoridades de Bamako para que abram uma investigação "credível e imparcial" sobre estes incidentes e suspendam os responsáveis militares envolvidos nos mesmos.

"As forças de segurança malianas não respeitaram vidas humanas no decurso das recentes operações antiterrorismo", afirmou Corinne Dufka, diretora do departamento para a região do Sahel da HRW, citada no comunicado.

Corinne Dufka lamentou que "a perpetração de graves abusos em nome da segurança" apenas vá alimentar o recrutamento de grupos armados junto da população local.

De acordo com as investigações daquela ONG internacional, baseadas em testemunhos de locais, líderes comunitários e representantes do Governo, as forças de segurança estão alegadamente envolvidas na prática de "abusos graves" durante as operações antiterroristas realizadas entre outubro de 2020 e março de 2021 nas cidades e aldeias de Boni, Feto Hore Niwa, Kobou, Libé, Solla e Sokoura, no centro do país.

Na nota, a ONG adiantou que também registou ações cometidas por grupos armados islâmicos e milícias étnicas no centro do Mali, no mesmo período, com execuções sumárias de civis e uso indiscriminado de explosivos.

O Governo do Mali disse ter aberto uma investigação sobre as operações militares realizadas em Libé e Kobu, mas os familiares das vítimas disseram à HRW que não tinham sido contactados pelas autoridades, lamentou a ONG.

Grandes áreas do norte e centro do Mali escapam ao controlo do Estado, e nelas ocorrem frequentes confrontos étnicos ou ataques de grupos terroristas (leais à Al-Qaida, o Estado islâmico autodenominado ou independente).

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