- Comentar
Terminou o prazo determinado pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Liz Throssell, para que os Emirados Árabes Unidos fornecessem provas da vida da princesa Latifa, sem que tenha sido enviada às Nações Unidas qualquer resposta, noticia a AFP.
Num vídeo divulgado pela BBC, princesa Latifa disse ter sido feita "refém" pelo pai, Mohammed bin Rashid al-Maktoum, governante do Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, mas a embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Londres garantiu que esta estava "a receber tratamento em sua casa" e que "o seu estado regista melhoras".
"A sua família confirmou que Sua Alteza está a ser tratada em casa, apoiada pela família e profissionais de saúde. O seu estado continua a melhorar e esperamos que ela retome a vida pública rapidamente", indicou a embaixada, em resposta à publicação pela BBC de um vídeo não datado no qual a princesa afirmou estar retida como "refém" no seu país e disse recear pela vida.
O caso foi colocado na quinta-feira à missão permanente dos Emirados em Genebra.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"Expressamos a nossa preocupação com a situação, à luz dos vídeos perturbadores que surgiram esta semana. Solicitamos mais informações e esclarecimentos sobre a situação atual" da princesa Latifa, declarou a porta-voz. "Pedimos prova de vida", vincou Liz Throssell.
Além disso, a porta-voz insistiu, dada a "grande preocupação" sobre o destino da princesa Latifa, que foi pedido que o Governo dos Emirados "faça da sua resposta uma questão prioritária".
A princesa de 35 anos tentou sem sucesso escapar de barco desta cidade-estado do Golfo em 2018, antes de ser levada de volta ao país.
Os seus familiares transmitiram vídeos em que a jovem diz que está trancada numa "quinta transformada em prisão" com as janelas bloqueadas e vigiadas pela polícia. Os familiares dizem que não tiveram mais notícias da princesa.
Em março de 2020, a justiça britânica determinou que o emir do Dubai ordenou o sequestro de duas de suas filhas, Latifa e Shamsa.
Com apenas 18 anos, Shamsa tentou fugir do pai em 2000, enquanto estava de férias na Inglaterra. Segundo o relato da irmã, Latifa, a jovem foi encontrada após dois meses de fuga, tendo sido "drogada", levada de volta para o Dubai e "presa".
A justiça britânica está ainda envolvida num processo entre o emir do Dubai e a princesa Haya, irmã do rei da Jordânia (Abdullah II), que fugiu para Londres em 2019, levando os seus dois filhos.
A princesa Haya, a sexta mulher de Mohammed bin Rashid al-Maktoum, casou-se com o emir em 2004.