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Alexei Navalny enfrenta novas acusações. O opositor de Vladimir Putin anunciou que foi acusado de criar uma organização extremista e de apelar ao ódio contra as autoridades. Se for considerado culpado, Navalny vai enfrentar uma pena até 15 anos de prisão.
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O antigo presidente do Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK na sigla em russo) foi preso no início do ano passado, quando regressou à Rússia depois de ter estado na Alemanha a curar-se de um envenenamento. Na altura, Navalny enfrentava dois anos e meio de cadeia, mas já em maio foi condenado a mais nove anos por fraude.
Navalny foi acusado de ter desviado cerca de 25 mil dólares de doações a organizações que fundou, nomeadamente ao Fundo de Luta Contra a Corrupção, criado para combater o enriquecimento ilícito de altos funcionários russos e proibido no país em junho de 2021 pela a sua atividade ter sido considerada "extremista".

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Alexei Navalny apareceu no julgamento por videoconferência, a partir da prisão onde se encontra a cumprir a primeira pena, em Pokrov, a 100 quilómetros de Moscovo, tendo ouvido o veredicto trancado numa cela.
Considerado uma das vozes mais críticas do Kremlin (presidência russa), Navalny está a cumprir, desde fevereiro de 2021, uma pena de prisão de dois anos e meio por outro caso de alegada fraude em 2014.
Chamado a falar antes do encerramento do processo, o opositor do regime do Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o "julgamento não faz sentido" e que "despreza o tribunal" e o sistema.
"É claro que não quero ficar nesta cela", disse. "Prefiro ver os meus filhos crescerem. Mas peço às pessoas que não tenham medo, ter medo é um crime contra o nosso futuro", acrescentou.
Essa detenção (em janeiro de 2021) marcou o ponto de partida para uma ampla repressão a todos os movimentos anti-Kremlin e à imprensa independente do país, medida que tem sido reforçada desde 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.