"Pacificador" e "figura maior contra o Apartheid". Morte de Tutu comove grandes líderes mundiais

Um "patriota sem igual", um "ser humano extraordinário", um "herói da Humanidade". Não faltam palavras para descrever Desmond Tutu. O arcebispo que partilhou a luta de Mandela pelo fim do Apartheid morreu este domingo, aos 90 anos.

Desmond Tutu era um patriota sem igual. É dessa forma que o arcebispo da cidade do Cabo recorda o Nobel da Paz.

Foi com Nelson Mandela que Tutu lutou pela libertação da África do Sul. E a associação que honra o legado do ex-Presidente do sul-africano também já lamentou a perda, e recorda não só um líder, mas também um ser humano "extraordinário".

Para o atual Presidente da África do Sul, é mais uma grande perda para uma geração que marcou a história do país.

A filha de Martin Luther King deixa um dos testemunhos mais fortes. Bernice King relembra um sábio global, e afirma que o mundo fica melhor porque teve alguém como Desmond Tutu.

"Desmond Tutu foi mais do que um bom amigo. foi um irmão espiritual mais velho." É o que escreve Dalai Lama, numa carta enviada à filha do arcebispo, em que diz que vai continuar a orar pelo amigo.

No Twitter, Boris Johnson diz-se profundamente triste com a morte do arcebispo. Apesar da partida, fica o espírito de liderança e o espírito de humor irrepreensível de Tutu.

O primeiro-ministro norueguês também já reagiu, dizendo que Tutu foi um homem que sarou feridas e que deu uma grande lição ao mundo: a vingança não serve de nada.

O ex-Presidente dos EUA Barack Obama lembrou Desmond Tutu, o arcebispo e prémio Nobel da Paz sul-africano, falecido neste domingo, como "um amigo, um mentor e um farol moral".

"Espírito universal, o arcebispo Tutu encontrou as suas raízes na luta pela liberdade e justiça no seu próprio país. Mas também se preocupou com a injustiça, onde quer que ela se achasse", escreveu Barack Obama, também ele vencedor do prémio Nobel da Paz, na sua conta da rede social Twitter.

Noutro canto do mundo, também não se esquece o papel que Tutu teve na luta palestiniana. A Frente pela Libertação da Palestina lembra um resistente que sempre apoiou a causa.

O arcebispo foi um "pacificador". É esse o destaque dado pelo diretor-geral da Organização Mundial de Saúde no Twitter. Tutu foi um homem "de grande sabedoria, atento" e que "sempre procurou ajudar os outros".

A Fundação Nelson Mandela considerou como uma perda "imensurável" a morte do prémio Nobel da Paz sul-africano Desmond Tutu, salientando que o arcebispo emérito, que lutou contra o Apartheid, "foi maior do que a própria vida".

Numa nota, a Fundação de Nelson Mandela, o falecido líder sul-africano que ao lado de Tutu lutou contra a segregação racial, considerou que "para muitas pessoas na África do Sul e no resto do mundo" a vida do arcebispo anglicano foi "uma bênção".

"As suas contribuições para as lutas contra a injustiça, local e globalmente, são comparáveis apenas à profundidade do seu pensamento sobre a construção de futuros libertadores para as sociedades humanas", acrescentou.

Para Shenilla Mohamed, diretor executivo da Amnistia Internacional na África do Sul, Desmond Tutu "nunca teve medo" de nomear os violadores dos direitos humanos, "fossem quem fossem".

"O seu legado deve ser honrado, continuando o seu trabalho para garantir igualdade para todos", acrescentou.

Já o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, primaz da igreja anglicana, a que pertencia o arcebispo sul-africano, recebeu a notícia da morte de Desmond Tutu "com profunda tristeza", mas também tem uma "profunda gratidão" pela sua vida.

"O amor de Arch [nome pelo qual era frequentemente tratado Desmond Tutu] transformou a vida de políticos e padres, habitantes de cidades e líderes mundiais. O mundo é diferente por causa deste homem", realçou.

O papa Francisco afirmou que ficou triste" ao saber da morte de Desmond Tutu, juntando a sua voz no elogio de vários líderes mundiais ao arcebispo e prémio Nobel da Paz sul-africano.

"Ciente do seu serviço ao Evangelho através da promoção da igualdade racial e da reconciliação na sua África do Sul natal, Sua Santidade confia a sua alma à misericórdia de Deus Todo-Poderoso", pode ler-se num telegrama enviado pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin.

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