Papa Francisco celebra missa no Chipre e pede união a católicos e ortodoxos

Francisco lamenta os séculos de hostilidade e preconceito que dividiram católicos e ortodoxos, defendendo que as obras de caridade são um meio de ajudar a curar o fosso.

O Papa Francisco celebrou esta sexta-feira uma missa, no segundo dia da sua visita ao Chipre, no estádio de Nicósia, na qual participaram milhares de fiéis, a maioria dos quais migrantes das Filipinas, Polónia e vários países africanos.

Ocupando apenas uma das arquibancadas do estádio, os quase 10.000 fiéis presentes, segundo fontes do Vaticano, representaram os católicos deste país de maioria ortodoxa, e ouviram o Papa apelar à união.

"Não se pode enfrentar as trevas estando só", afirmou Francisco durante a homilia, acrescentando que "é preciso enfrentar juntos o caminho".

"Caríssimos irmãos e irmãs, perante todas as trevas pessoais e os desafios que nos são apresentados na Igreja e na sociedade, somos chamados a renovar a fraternidade. Se permanecermos divididos, se cada um só pensar em si mesmo ou no seu grupo, se não estivermos juntos, se não dialogarmos, se não caminharmos juntos, não seremos capazes de curar totalmente a cegueira", adiantou o Papa.

Francisco também se encontrou hoje com o líder da Igreja Ortodoxa grega de Chipre, o arcebispo Crisóstomo II, e lamentou os séculos de hostilidade e preconceito que dividiram católicos e ortodoxos, defendendo que as obras de caridade são um meio de ajudar a curar o fosso entre o Ocidente católico e o Oriente ortodoxo.

O arcebispo Crisóstomo II recebeu Francisco na sua residência e depois convidou o Papa para ir à nova catedral ortodoxa de São Barnabé para um encontro com o Santo Sínodo, o órgão máximo de tomada de decisões da Igreja Ortodoxa grega.

Crisóstomo II garantiu que a Igreja cipriota tem "excelentes relações" com todas as igrejas e tem procurado, nos últimos anos, o diálogo com os líderes muçulmanos do Médio Oriente - um esforço que considerou ter sido, em grande parte, arruinado por "elementos extremistas" que "inflamaram as paixões".

"Acreditamos firmemente na resolução pacífica de nossas diferenças, sejam elas étnicas ou religiosas. E o único caminho correto é através de um diálogo genuinamente sincero", disse.

O Chipre é o país da União Europeia que mais refugiados recebe relativamente à sua população e estima-se que, este ano, tenham chegado cerca de 10.000 migrantes, 38% mais do que em 2020.

Francisco termina hoje uma visita de dois dias a Chipre, partindo a seguir para a Grécia.

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