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Os deputados russos aprovaram nesta terça-feira um apelo para que o chefe de Estado, Vladimir Putin, reconheça a independência dos territórios separatistas pró-russos na Ucrânia e que são apoiados por Moscovo desde 2014.
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"O apelo ao Presidente da Rússia sobre a necessidade de reconhecer a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk (Donbass) vai ser encaminhado (para Vladimir Putin) sem demora", disse o presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma), Viatcheslav Volodine, através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter.
O presidente da Duma disse ainda que a proposta foi aprovada nesta terça-feira em sessão plenária.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, neste momento "não existe qualquer decisão oficial" sobre o apelo da Duma sobre o reconhecimento da independência do Donbass e o assunto requer "uma reflexão do povo da Rússia".
O reconhecimento da independência dos territórios marcaria o fim do processo de paz para o leste da Ucrânia (Acordos de Minsk) assinados sob a mediação da França e da Alemanha que defendiam o regresso das regiões ao controlo de Kiev.
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"Em caso de reconhecimento, a Rússia retirar-se-ia de facto e de jure dos acordos de Minsk com todas as consequências que daí decorrerão. Já advertimos contra esta posição", disse nesta terça-feira o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kouleba.
Nos últimos meses, Moscovo tem acusado a Ucrânia de querer inviabilizar os acordos, sendo que o processo de paz está de facto paralisado desde o final de 2019.
A Rússia é acusada pelos países ocidentais de instigar o conflito no leste da Ucrânia e de apoiar os separatistas na guerra que eclodiu logo após a invasão e anexação da península da Crimeia, depois da chegada dos políticos pró-ocidentais ucranianos ao poder em Kiev no início de 2014.
Moscovo tem favorecido o separatismo em várias ex-repúblicas soviéticas desde os anos 1990, tendo reconhecido nomeadamente a independência dos territórios pró-russos da Ossétia do Sul e da Abkhazia, na Geórgia.