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O Partido Popular Europeu (PPE), a maior família política europeia, adotou esta quarta-feira um novo regulamento interno que permite a suspensão de delegações inteiras, o que teve como efeito imediato a saída do Fidesz, o partido do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
Numa reunião celebrada esta manhã, o grupo do PPE - que integra o PSD e o CDS-PP - aprovou por maioria qualificada as novas regras internas, "de forma a adaptá-las ao atual funcionamento do Grupo, nomeadamente para permitir um bom funcionamento à distância", mas que também especificam novos procedimentos relativos às condições para as suspensões e exclusões, que passam a abranger delegações inteiras e não apenas deputados.
Ouvido pela TSF, Paulo Rangel, eurodeputado do PSD manifestou-se satisfeito lembrando que há muito que defendia a saída do partido de Orbán.
Ouça as declarações de Paulo Rangel à jornalista Rita Costa
Paulo Rangel considera que a decisão da família política a que pertence só pecou por tardia e agora deixa um apelo à presidência portuguesa da União Europeia, porque o problema não é exclusivo do PPE.
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Ainda a reunião do grupo parlamentar decorria, quando o líder parlamentar, Manfred Weber, anunciou que, na sequência da adoção do novo regulamento interno, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, lhe comunicou a saída do Fidesz, o seu partido, do PPE.
Na missiva dirigida a Weber, à qual a Lusa teve acesso, Orbán considera que as alterações ao regulamento interno do PPE constituem "claramente uma jogada hostil contra o Fidesz", que deixa assim o grupo com efeitos imediatos.
Este desfecho parece colocar um ponto final num longo mal-estar no seio do grupo, do qual o Fidesz já estava suspenso há dois anos - desde março de 2019 -, por várias posições consideradas antieuropeias e medidas, ao nível governamental, julgadas atentatórias aos direitos fundamentais, o que levava muitos membros do PPE a reclamarem a sua exclusão.