Pemba continua a receber pessoas em fuga de Palma. E pode haver mais a caminho

Embarcações que chegaram à cidade ainda não trouxeram população. Todos os que têm chegado são trabalhadores de empresas ligadas a projetos de gás na bacia do rio Rovuma.

A cidade de Pemba, em Moçambique, foi, esta segunda-feira, o destino de mais um barco com pessoas que tentam fugir de Palma, a vila atacada pelo Estado Islâmico no extremo norte do país.

Em declarações à TSF, o jornalista Hizidine Achá, correspondente da Sociedade Independente de Comunicação, em Pemba, explica que terão sido cerca de cem as pessoas que chegaram a bordo da embarcação.

Vinham "cansadas, debilitadas e algumas diziam que ficaram muito tempo sem comida ou sem poder tomar banho". Entre quem chegava a Pemba, havia histórias de quem perdeu familiares "porque foram mortos ou desapareceram durante a fuga e ninguém sabe deles".

Na cidade já corre a informação, que ainda não foi confirmada oficialmente, de que pode haver mais embarcações a caminho de Pemba. Não trazem apenas trabalhadores do complexo de exploração de gás em Palma, mas também habitantes da vila.

"Diz-se que vêm aí mais barcos com população que pegou em embarcações e vem para Pemba", explica Hizidine Achá.

Pelo meio, "parece que há uma paragem na ilha de Ibo, onde há uma espécie de cancela, um controlo" para perceber quem segue a bordo.

"Até ao momento, ainda não chegou nenhuma embarcação com população, todos os que chegaram a Pemba são trabalhadores das empresas que estão ligadas a projetos de gás na bacia do Rovuma", um rio com 760 quilómetros de comprimento que nasce no lago Niassa, localizado entre o Malawi, a Tanzânia e Moçambique.

Já durante a tarde desta segunda-feira, o Estado Islâmico reivindicou o ataque e toma da vila de Palma, mas Hizidine Achá afirma que a informação ainda não foi confirmada pelas autoridades moçambicanas.

"É difícil dizer", reconhece o jornalista. "O que é quase uma certeza é que a vila está abandonada e, se alguém estiver lá, talvez sejam elementos das forças de Defesa e Segurança."

A imprensa moçambicana relata que uma operação das Forças Armadas levou a uma perseguição e os terroristas "estavam em fuga em direção à fronteira com a Tanzânia".

Ao mesmo tempo, a imprensa refere que "os insurgentes terão recebido reforços" e a situação mudou, permitindo aos terroristas que parassem a fuga e iniciassem confrontos com as forças de Defesa e Segurança.

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