Perante discurso de Putin, Europa não deve mostrar fraqueza, defendem Eurodeputados

No Fórum TSF, os Eurodeputados defenderam a importância da Europa no apoio à Ucrânia após os avisos de Vladimir Putin, que prometeu usar "todos os meios" que tem à disposição no território russo contra o ocidente.

Os Eurodeputados portugueses defendem um maior apoio da Europa à Ucrânia após o discurso de Vladimir Putin, que avisou, esta quarta-feira, que usará todos os meios disponíveis para proteger a Rússia, acusando o Ocidente de procurar "destruir" o país.

Paulo Rangel acredita que o conflito no leste europeu entra numa nova fase após o discurso do presidente russo. Por isso, o eurodeputado do PSD defende que a Europa tem de clarificar já que não vai reconhecer os resultados dos referendos em territórios pró-russos.

"Um referendo desta natureza visa integrar os territórios na Rússia, o que significa que qualquer ataque feito a estas regiões da Ucrânia será visto pela Rússia como um ataque no seu território", explicou. Rangel também fala de uma nova resposta dos russos, a partir de agora, que vai "passar da lógica da operação especial para a lógica da guerra e até de uma mobilização geral, dizendo que está a ser atacada".

O presidente russo anunciou a mobilização de 300 mil militares na reserva para ajuda no combate à guerra na Ucrânia. As declarações de Vladimir Putin foram o tema central do Fórum TSF, esta quarta-feira e, na opinião de Pedro Marques, deputado europeu pelo Partido Socialista (PS), existe o receio de que o apoio dos europeus à Ucrânia, contra Putin esteja, diminuir, mas defende é preciso responder às dificuldades económicas que a guerra veio agravar.

O socialista apela ao "apoio forte dos europeus à Ucrânia", mas, para isso, é "preciso tratar das consequências económicas e sociais da guerra, com tensão ou limitação dos preços da eletricidade e do gás", que "já começou mais cedo em Portugal e em Espanha" e pode avançar, brevemente, na Europa. Todos os apoios são "decisivos", de acordo com Pedro Marques, no contexto económico atual.

No mesmo sentido, Nuno Melo considera, após o discurso de Vladimir Putin, que a Rússia "está cada vez mais isolada" do ocidente e, "em parte, pela própria China e a Índia".

Perante isso, o eurodeputado do CDS-PP considera que restam "duas alternativas" à União Europeia: O apoio à Ucrânia, perante a "lei internacional do respeito pelos direitos do homem, pela democracia" ou "capitula perante a violência, aceitando a força como argumento para a anexação de território alheio".

Durante o discurso desta quarta-feira, Vladimir Putin clarificou que o objetivo dos russos é libertar o Donbass: "Não temos o direito de deixar desprotegidas as populações de Lugansk e Donetsk, vítimas de ataques bárbaros dos nazis ucranianos."

Mais de seis meses depois do início da guerra na Ucrânia, Putin agradeceu aos cidadãos russos no Donbass, sublinhando que são "verdadeiros patriotas" e que o país está "unido pela grande Rússia".

"É preciso passos para defender a soberania e integridade territorial da Rússia", disse.

Esta foi a primeira mensagem ao país de Putin desde o início da ofensiva na Ucrânia que, a 24 de fevereiro, anunciou como uma "operação militar especial".

As autoridades locais das regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, anunciaram esta terça-feira a realização, de 23 a 27 de setembro, de referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia.

Na terça-feira, Putin já tinha acusado a União Europeia de bloquear uma doação russa de 300 mil toneladas de fertilizante aos países que mais dele precisam, denunciando o que diz serem crescentes obstáculos colocados pelo Ocidente exportações russas.

*Com Lusa

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