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Sérgio Alfieri é o melhor especialista italiano em complicações do sistema digestivo, pelo menos é assim que é visto entre a sua classe o médico que operou o papa Francisco.
De resto, as mãos deste italiano já fizeram mais de nove intervenções cirúrgicas. Em muitas delas terá usado a técnica mini invasiva, que ele próprio desenvolveu para operar o cólon.
Através de pequenos cortes no abdómen e com ajuda da robótica, a técnica é eficaz em 85% dos casos.
Não se sabe, no entanto, se foi com ela que o cirurgião operou o papa. Certo é que a intervenção teve lugar no décimo piso do hospital da fundação Gemelli, o mesmo em que João Paulo II foi operado várias vezes.
A operação de urgência ao produtor do filme "A Vida é Bela", Vittorio Cecchi Gori, era até agora a mais mediática na carreira do clínico. "Pontual", "simpático" e "profissional" são elogios que muitos dos doentes deixam ao coordenador das cirurgias do cólon e do pâncreas, do instituto Gemelli.
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O romano, de 54 anos, é professor catedrático na Universidade Católica, a mesma em que se licenciou, com distinção, em medicina.
Na altura conseguiu 110 votos (o máximo possível) e o aplauso do júri. Já lá vão quase trinta anos desde que defendeu a tese. Agora, dirige o centro de pesquisa da fundação Gemelli e conta várias passagens por centros de investigação nos Estados Unidos e em Inglaterra, pesquisas essas que resultaram em quase 150 artigos científicos.
Nos últimos anos, Alfieri tem tentado descobrir a relação entre o internamento e as complicações nas cirurgias do cólon, mas ainda sem conclusões. Em 2020, por causa da pandemia, ajudou a farmacêutica Johnson & Johnson a desenvolver uma aplicação para acompanhar à distância doentes com tumores no pâncreas.

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