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O líder de uma região da Sibéria declarou, esta sexta-feira, um dia de folga e pediu aos cidadãos para que fiquem em casa, devido ao fumo dos incêndios florestais, que já causa preocupações com a saúde.
Aisen Nikolayev, governador de Yakutia, a maior e mais fria região da Rússia, que foi fortemente atingida por incêndios florestais este ano, afirmou, na quinta-feira, em declarações citadas pelo The Guardian, que o dia de folga se aplica à capital regional, Yakutsk, e vários outros distritos.
Ouvido pela agência de notícias RIA Novosti, Nikolayev afirmou que "o fumo dos incêndios tem um efeito extremamente negativo no bem-estar das pessoas". "Para minimizar essas consequências, assinei hoje um decreto que declara, para amanhã, dia não útil para 11 municípios", acrescentou, recomendando que os residentes passem o dia em casa.
Na quinta-feira, o aeroporto de Yakutsk estava a enfrentar problemas de atrasos, com voos a serem cancelados ou adiados devido à pouca visibilidade causada pelo fumo.
Os bombeiros locais admitiram à AFP que não tinham pessoas, equipamentos ou recursos para lidar com a escala dos incêndios florestais. Ainda esta semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigiu reforços para combater os incêndios na Sibéria e enviou o chefe do Ministério de Emergências a Yakutia para supervisionar as operações.
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De acordo com a agência florestal russa, na região vasta e escassamente povoada, as chamas já queimaram mais de 9,2 milhões de hectares, uma área aproximada ao tamanho de Portugal.
Nos últimos anos, os incêndios florestais atingiram o território da Rússia numa escala sem precedentes. Os especialistas atribuem este fenómeno à mudança climática e à negligência. Os críticos apontam para uma lei de 2015 que permite que as regiões ignorem os incêndios se o custo do combate aos fogos for superior aos danos previstos, dizendo que a legislação dá cobertura às autoridades para evitar o combate aos incêndios.
A NASA anunciou, no último fim de semana, que imagens de satélite mostram o fumo do incêndio florestal de Yakutia a mover-se para o Polo Norte, considerando este acontecimento algo "inédito" na história.