População em fuga após disparos de grupos armados na vila moçambicana de Palma

Há relatos da entrada de grupos armados na vila. Os contactos deixaram de funcionar pouco tempo depois dos primeiros telefonemas a dar conta da situação.

A vila de Palma, em Cabo Delgado, estava esta tarde sob tiroteio e a população está em fuga, disseram à Lusa diferentes fontes que estiveram em comunicação com a sede do distrito que acolhe os projetos de gás do Norte de Moçambique.

Na vila ouvem-se disparos de metralhadora e a população está em fuga após relatos da entrada de grupos armados a partir de dois locais, no lado sul que dá acesso a Mocímboa da Praia e em bairros de Palma na ligação para Nhica do Rovuma.

António Juliasse, bispo auxiliar da arquidiocese de Maputo, traça um cenário preliminar, em declarações à TSF: "Entre as 15h00 e as 16h00, começou a haver um ataque na vila de Palma, e o ataque começou a 1 km do lado de controlo, e, pouco tempo depois, começou a haver em simultâneo disparos nos bairros da vila."

Em seguida, houve um corte de comunicação e ninguém consegue entrar em contacto com os residentes. Por isso, António Juliasse não sabe como se encontra a região neste momento.

Segundo uma das fontes ouvidas pela Lusa, os contactos deixaram de funcionar pouco tempo depois dos primeiros telefonemas a dar conta da situação, pelo que são conhecidos poucos detalhes.

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas mantêm forte presença em Palma, acrescentou.

Outra fonte em contacto com Palma indicou que há estabelecimentos a ser assaltados. Uma outra confirmou a fuga da população e deu conta de que há helicópteros a sobrevoar a vila.

A Lusa tentou obter informação junto das Forças de Defesa e Segurança (FDS), mas sem sucesso.

A instabilidade em Palma surge no dia em que o Governo moçambicano e a petrolífera Total anunciaram a retoma gradual das obras do complexo industrial de Afungi, adjacente à vila de Palma, após reforço das condições de segurança.

A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de