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O First Citizens Bank vai comprar partes relevantes do Silicon Valley Bank, a instituição financeira focada no setor tecnológico, cuja falência este mês desencadeou uma reação em cadeia que questionou a solidez dos bancos em todo o mundo.
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A agência federal de garantia de depósitos (FDIC, na sigla em Inglês) e outras entidades reguladoras já tomaram medidas extraordinárias para impedir uma crise ampla, garantindo todos os depósitos no SVB e em outra instituição falida, o Signature Bank, mesmo que cada um tenha mais de 250 mil dólares, o limite máximo garantido pela FDIC.
O acordo que envolve o First Citizens foi anunciado ao fim de domingo, e pareceu causar o que era suposto: o regresso da confiança nos outros bancos regionais no país.
"O sistema financeiro é como um barco", comparou Aaron Klein, um investigador sénior na Brookings Institution e antigo dirigente no Departamento do Tesouro. "O colapso do SVB fez tremer o barco, mas este está a endireitar-se".
Disse ainda: "As notícias de hoje são boas, é um passo positivo para sair do buraco em que a falência do SVB nos colocou. Mas as perdas são substanciais: 20 mil milhões de dólares é dinheiro a sério, mesmo em Washington".
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Esta verba é a perda que a FDIC mencionou como a que os seus fundos de garantia de depósitos podem ter de suportar por causa da falência do SVB.
Em todo o caso, esta verba não virá dos contribuintes. Virá sim de um fundo da FDIC que é alimentado pelos bancos. Mas estes podem, depois, aumentar as suas comissões ou reduzir os juros que pagam aos seus clientes, antecipou Klein.
Desde que começou a crise bancária, em meados de março, os reguladores, de Departamento do Tesouro ao banco central (Reserva Federal), disseram que continuam a ver o sistema como sólido e seguro.
Todd Phillips, investigador no Roosevelt Institute e antigo advogado na FDIC, disse que as medidas extraordinárias dos reguladores suportam estas declarações.
Acrescentou também que diria às pessoas como mensagem geral o seguinte: "Os vossos depósitos estão seguros. Vocês vão ficar bem. Esta é uma crise de grandes acionistas institucionais de bancos que estão preocupados" com a possibilidade de perderem dinheiro.
Phillips antecipou ainda que os próximos grandes passos poderão vir do Congresso, no sentido de alargar a proteção dos depósitos dos clientes dos bancos.
Já Amanda Agati, que dirige os investimentos no PNC Asset Management Group, olha para os problemas da banca na perspetiva do investidor e o que vê é mais problemas a caminho. Porém, desconhece a gravidade e a origem, ainda.