- Comentar
A Convenção de Istambul, tratado pan-europeu de prevenção e combate à violência sobre mulheres e meninas, é o tema de uma conferência de alto nível organizada esta terça-feira pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Com o objetivo de assinalar o décimo aniversário daquele que é um marco histórico e legislativo, por se tratar do primeiro instrumento internacional juridicamente vinculativo para combater a violência de género e a violência doméstica, a presidência portuguesa convidou políticos, académicos, especialistas e ativistas a fazerem "o estado da arte" da Convenção.
Vários oradores, entre os quais a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, a comissária europeia para a Igualdade, Helena Dalli, e representantes do Conselho da Europa, do Parlamento Europeu, do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, do serviço europeu de polícia Europol e do Lobby Europeu de Mulheres, vão debater conquistas e desafios de uma década.
A decorrer entre as 08h45 e as 15h30 (hora de Lisboa), a conferência pode ser acompanhada através das redes sociais da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, sendo possível à plateia virtual colocar questões.
Em pano de fundo estará a retirada da Turquia, país que deu berço à Convenção e anunciou há duas semanas que abandonava o tratado, alegando que o seu conteúdo é "incompatível" com os seus "valores sociais e familiares".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Dez anos volvidos, a Convenção de Istambul continua sem ser assinada por seis Estados-membros da UE - Hungria, Letónia, Lituânia, Eslováquia, República Checa e Bulgária - e a Polónia, onde o governo nacionalista considera que a Convenção incentiva demasiado o debate sobre questões de género, ameaça deixá-la também.
Portugal foi o primeiro membro da União Europeia a aderir à Convenção de Istambul, em vigor desde 2014, ratificada por 33 países e assinada por outros 12 Estados ou entidades supranacionais (entre as quais a própria UE, que a assinou em 2017).