Presidente do Montenegro dissolve Parlamento e antecipa eleições legislativas

O atual Governo foi derrubado por uma moção de censura em agosto, mas ainda está no poder.

O Presidente do Montenegro dissolveu esta quinta-feira o Parlamento deste pequeno país dos Balcãs, membro da NATO e que negoceia a sua adesão à União Europeia (UE), mas que atravessa uma crise política desde as legislativas de 2020.

Milo Djukanovic, chefe de Estado pró-europeu, cujo Partido Democrático dos Socialistas (DPS) foi derrotado nas últimas eleições legislativas, anunciou a sua decisão por decreto, após o termo do prazo de três meses concedido pelo Parlamento ao ex-diplomata Miodrag Lekic para tentar formar um Governo.

A candidatura de Lekic foi apoiada por um grupo de partidos liderados pela Frente Democrática, uma formação pró-Rússia.

O atual Governo foi derrubado por uma moção de censura em agosto, mas ainda está no poder.

De acordo com a Constituição, Djukanovic deve convocar esta sexta-feira eleições antecipadas, que devem ocorrer em maio ou junho.

Desde as eleições legislativas de 2020, nenhum campo político conseguiu construir uma maioria estável e o país tem vivido de crise em crise.

Esta decisão ocorre também três dias antes da primeira volta das eleições presidenciais, que começam domingo.

Milo Djukanovic, de 62 anos, veterano da política local, enfrentará vários candidatos, entre eles Andrija Mandic, de 59 anos, da Frente Democrática.

No pequeno país de 620 mil habitantes com costa no mar Adriático, a função presidencial é essencialmente cerimonial e o primeiro-ministro detém as principais responsabilidades do poder.

Djukanovic, no entanto, continua a ser uma figura importante, depois de ter liderado Montenegro quase ininterruptamente por três décadas.

Ex-amigo próximo do homem forte de Belgrado, Slobodan Milosevic, o chefe de Estado montenegrino uniu-se ao campo ocidental e garantiu o 'divórcio' do seu país com a Sérvia em 2006.

As sondagens antecipam umas eleições presidenciais muito renhidas, com o novo Presidente a ser apenas eleito numa segunda volta, marcada para 02 de abril.

Uma possível derrota para Djukanovic pode significar uma mudança de rumo num país com perspetivas europeias, mas que enfrenta a sombra de acusações de corrupção e pelo ritmo lento das reformas necessárias para se aproximar do Ocidente.

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