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O Reino Unido proibiu os voos vindos de Portugal. Em causa está a nova variante de SARS-CoV-2, que surgiu no Brasil. Os britânicos proíbem também os voos de todos os países sul-americanos para o país devido a esta nova estirpe.
A razão apontada é, segundo o ministro britânico dos transportes, a forte ligação de Portugal ao Brasil.
"Tomei a decisão urgente de proibir as chegadas da Argentina, Brasil, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela a partir de amanhã, 15 de janeiro, às 4h, após evidências de uma nova variante no Brasil. As viagens de Portugal para o Reino Unido também serão suspensas devido aos seus fortes laços de viagem com o Brasil, atuando como forma de reduzir o risco de importação de infeções", escreveu no Twitter John Grant Shapps, ministro britânicos dos Transportes.
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No entanto, esta medida não se aplica a cidadãos britânicos, irlandeses e de países terceiros com visto de residência.
"Mas os passageiros que regressam desses destinos devem isolar-se por 10 dias, juntamente com as suas famílias", acrescentou o ministro britânico.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tinha revelado na quarta-feira estar preocupado com uma nova estirpe originária do Brasil do SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, e admitiu tomar medidas para impedir a sua entrada no Reino Unido.

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"Estamos preocupados com a nova estirpe brasileira. (...) Já temos medidas duras para proteger este país de novas infeções vindas do estrangeiro. Estamos a tomar medidas para fazê-lo em relação à estirpe brasileira", afirmou, durante uma audição com a Comissão de Ligação, composta pelos presidentes das diferentes comissões parlamentares.
O chefe do Governo britânico disse que ainda existem "muitas dúvidas" sobre a estirpe, incluindo se ela resistente às vacinas, tal como não se sabe em relação à estirpe sul-africana.
Johnson respondia a uma pergunta do antigo ministro da Saúde Jeremy Hunt, que referiu que a nova estirpe terá sido discutida na terça-feira pelo Grupo de Aconselhamento sobre Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (NERVTAG), o grupo de cientistas que aconselham o Governo a propósito da pandemia Covid-19.

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o maior centro de investigação médica da América Latina, confirmou na terça-feira a identificação e circulação de uma nova estirpe do coronavírus originária do estado brasileiro do Amazonas.
Esta semana, o Ministério da Saúde do Brasil já tinha confirmado que o Japão identificou em quatro viajantes provenientes do Brasil a nova estirpe, que possui doze mutações, incluindo a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e África do Sul, o que implica um maior potencial de transmissão do vírus.
A identificação de uma nova estirpe mais infecciosa no sul de Inglaterra levou o Governo britânico a impor restrições mais duras antes do Natal e dezenas de países a suspenderem voos a partir do Reino Unido ou a exigir testes antes do embarque.
Em 24 de dezembro foi a vez de o Reino Unido proibir voos diretos com a África do Sul e a entrada de passageiros que tenham estado no país africano nos 10 dias anteriores devido ao risco apresentado por uma nova estirpe do SARS-CoV-2 identificada pelos cientistas sul-africanos, também considerada altamente infecciosa.
Na semana passada, estas restrições foram alargadas a vários países africanos, como Angola e Moçambique, por terem ligações com a África do Sul.