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Pelo menos 16 pessoas foram mortas nos protestos desta semana na Etiópia contra o primeiro-ministro e vencedor do Prémio Nobel da Paz, Abiy Ahmed, comunicou esta sexta-feira uma fonte da Amnistia Internacional.
"Temos 16 mortos confirmados, mas o número deve ser maior porque há novas informações por confirmar", disse à agência France Presse Fisseha Tekle.
As manifestações iniciaram-se na quarta-feira, depois de um reconhecido ativista do país, forte crítico de Abiy, ter acusado as forças de segurança de orquestrarem um ataque contra si.
A polícia negou que a proteção ao ativista Jawar Mohammed, membro do grupo étnico Oromo, tenha sido alterada para que o crítico ficasse numa situação de vulnerabilidade.
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Ainda assim, os apoiantes de Jawar Mohammed saíram às ruas, bloqueando estradas, queimando pneus e criticando o primeiro-ministro da Etiópia, que acusam de estar por trás da alegada ameaça à segurança do opositor.
Um confronto na capital, Adis Abeba, entre as forças de segurança e os apoiantes de Jawar Mohammed acabou por espalhar-se por várias regiões do país.
Enquanto líder da Oromia Media Network, Jawar Mohammed desempenhou um papel fundamental na promoção dos protestos contra o governo que levaram a coligação no poder a nomear Abiy Ahmed para primeiro-ministro.
Ainda assim, Abiy Ahmed e Jawar Mohammed têm-se distanciado no passado recente, com este último a criticar algumas das reformas conduzidas pelo chefe do Governo da Etiópia.
Em 11 de outubro deste ano, Abiy Ahmed foi galardoado com o Nobel da Paz pelo Comité Nobel norueguês pelo "seu importante trabalho para promover a reconciliação, a solidariedade e a justiça social".
Exército da Etiópia destaca tropas
Entretanto, o exército da Etiópia anunciou que está a destacar as suas tropas para acalmar os protestos contra o primeiro-ministro do país, que nos últimos três dias têm afetado a região de Oromia.
Segundo o porta-voz do exército, o major general Mohammed Tessema, os soldados estão a ser destacados para a região de Oromia e para as cidades de Harar (região de Harari) e Dire Dawa (na região homónima).
Um responsável das forças de segurança em Adama, capital regional de Oromia, considera que o número de mortes pode alcançar "dezenas", revelou a agência norte-americana Associated Press.