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O Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, anunciou uma "mobilização militar parcial" dos reservistas e outros cidadãos com experiência militar, a partir desta quarta-feira, para defender a soberania e a integridade territorial do país, e acusou o Ocidente de querer dividir e destruir a Rússia ao "reforçar o seu armamento" e ao utilizar os ucranianos como "carne para canhão".
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"Considero necessário apoiar a proposta do Ministério da Defesa e do Estado-Maior-General para conduzir uma mobilização parcial na Federação Russa", disse Putin durante um discurso televisivo à nação, acrescentando que já foi assinado um decreto relevante.
"Dizem que a Rússia deve ser dividida, apoiam bandos de terroristas no Cáucaso, perto das nossas fronteiras", referiu.
O jornalista Guilherme de Sousa resume o essencial das declarações de Vladimir Putin
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O líder do Kremlin afirmou que o objetivo dos russos é libertar o Donbass: "Não temos o direito de deixar desprotegidas as populações de Lugansk e Donetsk, vítimas de ataques bárbaros dos nazis ucranianos."
Mais de seis meses depois do início da guerra na Ucrânia, Putin agradeceu aos cidadãos russos no Donbass, sublinhando que são "verdadeiros patriotas" e que o país está "unido pela grande Rússia".
"É preciso passos para defender a soberania e integridade territorial da Rússia", disse.
O presidente lamentou os ataques junto à fronteira com a Rússia, adiantando que a Ucrãnia utiliza tecnologia da NATO e sublinhou que Moscovo tem "melhor tecnologia do que o Ocidente", avisando que "se houver necessidade" vai usar "todos os meios que tiver à disposição para afastar a ameaça que existe contra a Rússia e proteger o nosso povo". "Isto não é bluff", avisou.
Ouça aqui o comentário de Ricardo Alexandre, diretor-adjunto e editor de política internacional da TSF
Esta foi a primeira mensagem ao país de Putin desde o início da ofensiva na Ucrânia que, a 24 de fevereiro, anunciou como uma "operação militar especial".
As autoridades locais das regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, anunciaram esta terça-feira a realização, de 23 a 27 de setembro, de referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia.
Na terça-feira, Putin já tinha acusado a União Europeia de bloquear uma doação russa de 300 mil toneladas de fertilizante aos países que mais dele precisam, denunciando o que diz serem crescentes obstáculos colocados pelo Ocidente exportações russas.