- Comentar
O fim da neutralidade militar da Finlândia seria um "erro", disse este sábado o Presidente russo, Vladimir Putin, durante uma conversa telefónica com o seu homólogo finlandês, Sauli Niinistö, segundo um comunicado do Kremlin.
Relacionados
G7 critica Índia por proibir exportações de trigo
"Conversa direta." Presidente finlandês fala ao telefone com Putin
Êxodo de refugiados ucranianos atinge os 6,1 milhões e supera o venezuelano
"Vladimir Putin sublinhou que o fim da política tradicional de neutralidade militar seria um erro, já que não existe qualquer ameaça à segurança da Finlândia", disse o comunicado.
O anúncio da candidatura de adesão da Finlândia à NATO, muito mal vista por Moscovo, é esperado no domingo.

Leia também:
Presidente finlandês fala com Moscovo. Putin diz que fim da neutralidade seria um "erro"
"Tal mudança na orientação política do país pode ter um impacto negativo nas relações russo-finlandesas, que se desenvolveram há anos no espírito de boa vizinhança e cooperação entre parceiros, sendo mutuamente benéficas", referiu o comunicado do Kremlin.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Os dois líderes também discutiram a situação na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro. Putin informou o seu homólogo finlandês sobre "o estado das negociações russo-ucranianas, praticamente suspensas por Kiev, que não manifesta algum interesse num diálogo construtivo e sério", segundo a mesma fonte.
O Presidente finlandês, Sauli Niinistö, telefonou este sábado ao Presidente russo, Vladimir Putin, sobre a iminente candidatura de adesão da Finlândia à NATO, anúncio que foi mal recebido por Moscovo.
"A conversa foi direta e decorreu sem contrariedades. Evitar as tensões foi o ponto considerado relevante", disse o chefe de Estado finlandês através de um comunicado à imprensa, citado pela AFP.
Na quinta-feira, a Finlândia, que tem uma longa fronteira com a Rússia, anunciou o desejo de passar a integrar a NATO, devendo formalizar o pedido de adesão no domingo, que será anunciado em conferência de imprensa pelo presidente Sauli Niinistö e a primeira-ministra Sanna Marin.
Assim que Helsínquia anunciou os seus planos de adesão à NATO, Moscovo alertou que adotaria medidas "técnico-militares", já que esta decisão ameaça a segurança do país ao abrir um novo flanco da Aliança Atlântica no norte do continente europeu.
A entrada finlandesa na NATO dobraria a fronteira da Federação Russa com a Aliança Atlântica, já que a Rússia compartilha 1.300 quilómetros de fronteira com a Finlândia.
A Rússia agora tem fronteira com os seguintes membros do bloco ocidental: Polónia, Noruega, Estónia, Letónia e Lituânia, além de uma fronteira marítima de 49 quilómetros com os Estados Unidos.
A Suécia e a Finlândia podem abandonar o estatuto neutral desde a II Guerra Mundial ao aderirem à NATO, situação provocada pela invasão da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Esta noite, a Rússia cortou o fornecimento de eletricidade à Finlândia, tal como tinha sido anunciado na sexta-feira pelo exportador.