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O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu os territórios separatistas na região de Donbass, na Ucrânia, como independentes. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo Kremlin e entretanto confirmada por Putin num discurso ao país. No final da intervenção, o presidente russo assinou acordos de cooperação com os líderes separatistas.
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"O presidente planeia assinar os documentos num futuro próximo", dizia o Kremlin ao início da noite, acrescentando que o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz "expressaram-se desapontados" com a decisão numa chamada telefónica com Putin.
A Ucrânia pediu uma reunião "imediata" do Conselho de Segurança da ONU, perante a ameaça de uma invasão russa.
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"A pedido do Presidente, Volodymyr Zelensky, peço oficialmente consultas imediatas dos membros do Conselho de Segurança da ONU, nos termos do artigo 6 do memorando de Budapeste", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na rede social Twitter.
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Já depois do discurso de Putin, o próprio presidente da Ucrânia informou, no Twitter, que discutiu "os eventos das últimas horas" com o presidente norte-americano, Joe Biden, antes do início da "reunião do Conselho de Segurança e Defesa Nacional" da Ucrânia. Nos planos de Zelensky está também uma "conversa" com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrelll, já avisou que a União Europeia tem sanções em cima da mesa e "está pronta a reagir".
À saída da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros que decorreu esta tarde, Borrell explicava que a comunidade europeia pediu a Putin que "respeite a lei internacional e os acordos de Minsk", não reconhecendo "a independência de Lugansk e Donetsk".
"Estamos prontos a reagir numa frente forte e unida se ele decidir fazê-lo", acrescentou, antes de explicar que as sanções serão "colocadas em cima da mesa para uma decisão dos ministros". A União Europeia avisou Moscovo de que imporá sanções nunca vistas à Rússia se esta decidir invadir a Ucrânia.
"Violação flagrante da lei internacional"
No Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, escreveram que o reconhecimento, por Putin, destes territórios como independentes é uma "violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk".
"A UE e os seus parceiros reagirão com unidade, firmeza e determinação em solidariedade com a Ucrânia", garantem também.

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