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Confrontos entre radicais de esquerda e a polícia, à margem de um comício de extrema-direita em Madrid na quarta-feira, levaram à detenção de quatro pessoas e provocaram ferimentos em 35, incluindo 21 polícias, revelaram esta quinta-feira as autoridades.
Os distúrbios ocorreram em Vallecas, um bairro operário no sul da capital espanhola considerado um bastião da esquerda, quando duas mil pessoas se juntaram numa manifestação contra o comício inaugural, realizado ao ar livre, da campanha do partido de extrema-direita Vox para as eleições regionais de 4 de maio.
Depois de cantarem canções antifascistas, os manifestantes atiraram vários objetos, incluindo pedras da calçada, à polícia, que carregou sobre eles para os dispersar, de acordo com várias testemunhas citadas pela AFP.
Na sequência dos incidentes, a polícia prendeu quatro pessoas, incluindo três menores, disse esta manhã uma porta-voz das forças de segurança a esta agência de notícias francesa.
A porta-voz acrescentou que 21 agentes da polícia foram feridos, 10 dos quais tiveram de ser tratados no hospital, embora os seus ferimentos tenham sido considerados menores.
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Os serviços de emergência revelaram através da rede social Twitter que tinham sido tratadas 14 pessoas, principalmente por hematomas e contusões.
Os incidentes desencadearam uma discussão esta manhã, com o líder do Vox, Santiago Abascal, a dizer que a força policial tinha sido insuficiente para proteger o comício do seu partido e a acusar o ministro do Interior (Administração Interna) do Governo espanhol de esquerda de ser responsável pelos "ataques" aos militantes e simpatizantes do seu partido.
Por seu lado, o líder do partido de extrema-esquerda Podemos e candidato às eleições de 4 de maio, Pablo Iglesias, acusou, através do Twitter, "os ultras do Vox" de terem ido "provocar violência em Vallecas".
O Podemos está coligado ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) no Governo liderado pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez.