- Comentar
A decisão da NATO em não criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia é "dolorosa", mas evita "uma guerra total" com a Rússia, defendeu esta quinta-feira o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
Para o responsável da NATO, a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, como o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky repetidamente tem pedido, é algo que a Aliança Atlântica não pode oferecer.
Jens Stoltenberg, que falava durante a Conferência de Otava sobre Segurança e Defesa, explicou que a zona de exclusão "exigiria um confronto direto com aeronaves russas" e que a NATO teria que atacar "em grande escala" as defesas aéreas russas localizadas na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia, o que significaria uma "guerra total".

Leia também:
Rússia confirma estar a usar armas termobáricas. Reportagem TSF em Kiev: "Fechem os nossos céus."
A Aliança tem recusado qualquer intervenção na Ucrânia, incluindo a imposição de uma zona de exclusão aérea, por não se tratar de um país da NATO, apesar dos constantes apelos nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Questionado sobre as "linhas vermelhas" que levariam a NATO a intervir no conflito ucraniano, Stoltenberg disse que um ataque a um membro significaria "a resposta total de toda a Aliança" e que esta é a mensagem que a organização tem enviado repetidamente a Moscovo.
O secretário-geral da NATO, que participou na conferência virtualmente, explicou que, embora a Ucrânia seja um parceiro importante e esteja a receber apoio da Aliança para combater as forças russas, "não é o mesmo que ser membro da NATO".
Stoltenberg acrescentou que para a Rússia entender que um ataque desencadearia a ativação do artigo 5 da organização, a NATO está a enviar "repetidamente" a mensagem de que apoia a Ucrânia e que oferece "garantias absolutas de segurança" a todos os membros desta aliança militar.

Leia também:
EUA rejeitam proposta da Polónia de entregar todos os seus caças MiG-29
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.