Refugiados ucranianos chegam a Portugal sem garantias de alojamento, emprego ou alimentação

Pessoas que estão a fugir da guerra são trazidas para Portugal por voluntários que apenas disponibilizam o transporte. Ouvido pela TSF, Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, defende que o Governo faça o registo de todas estas viagens.

Sem teto, sem trabalho e sem alimentação. É desta forma que muitos refugiados ucranianos ficam em Portugal, depois de serem trazidos por voluntários. O Jornal de Notícias (JN) denuncia que muitos portugueses, a título particular, têm viajado até à fronteira com a Ucrânia para trazerem quem queira fugir da guerra, mas apenas disponibilizam o transporte, sem garantias de alojamento, emprego ou alimentação.

Segundo o JN, muitos dos refugiados que chegam a Portugal são deixados em abrigos temporários, onde podem ficar apenas alguns dias, na medida em que estes espaços já não têm condições para acolher mais pessoas.

A situação está a atingir níveis dramáticos, de tal forma que em Medika, um dos principais pontos de entrada de refugiados na Polónia, só transportes certificados é que podem entrar para receber quem foge da guerra e transportá-los para outros pontos da Europa. Ao jornal, a comunidade ortodoxa de Aveiro denuncia ainda casos de pedidos de certificados quando já estão junto à fronteira.

O JN adianta também que muitos já estão a ir para a Roménia, onde a desorganização é maior e onde qualquer transporte consegue entrar.

Muitos dos refugiados que deixam a Ucrânia já estão com medo de vir para Portugal. Os voluntários que estão na fronteira afirmam que, atualmente, há autocarros que trazem menos de 20 pessoas.

Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, garante que não conhece qualquer caso, mas deixa uma recomendação ao Governo.

A ida à Polónia ou a outros países para ir buscar refugiados ucranianos "tem de ser bem controlada pelo Governo". Pavlo Sadokha defende a existência de um registo de todas as viagens por parte do Governo. "Não tenho ainda conhecimento de casos destes em Portugal, mas é melhor sempre controlar estas situações", afirma, em declarações à TSF.

Pavlo Sadokha relata como um bom exemplo uma iniciativa da Junta de Freguesia de Benfica, em Lisboa, que organizou uma viagem à Polónia para ir buscar um grupo de 60 ucranianos e, quando chegaram a Portugal, "já tinham alojamento organizado".

Esta segunda-feira, em Bruxelas, os ministros responsáveis pela Justiça e pela Administração Interna vão discutir uma maior coordenação no acolhimento dos refugiados. Contactado pela TSF, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sublinha que o acolhimento não é da sua competência, sendo que o SEF trata apenas da documentação através do pedido de proteção temporária, um pedido que, até agora, foi concedido a mais de 20 mil pessoas.

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