Rei de Espanha desafia líderes da NATO a olhar além do espaço euro-atlântico

Os líderes da Aliança Atlântica estão reunidos em Madrid até quinta-feira.

O rei Felipe VI de Espanha desafiou esta terça-feira os líderes da NATO a "olhar para o que está além do espaço euro-atlântico".

O mundo mudou muito. "Há 20 anos, congratulámo-nos pelo facto de a Europa nunca ter sido tão segura, tão próspera ou livre. Desde então, no entanto, muitas das nossas principais suposições ou previsões pós-guerra fria parecem ter-se evaporado. E muitas das nossas esperanças foram empurradas para o domínio de ideais de certo modo utópicos", explicou o rei espanhol.

Felipe VI de Espanha certamente não trocava este reino por um mundo que vê assim como "uma longa luta global entre tirania e democracia é mais relevante do que nunca. A competição entre grandes potências está por todo o lado, a guerra continua. Tudo isso deve servir para nos lembrar da relevância e da necessidade crítica de preservar a Aliança Atlântica, uma família de nações à qual a Espanha se juntou há quase exatamente 40 anos".

Daí, afirmou Felipe VI, no complexo do IFEMA, Feira Internacional de Madrid, a cada vez maior importância da NATO e da aliança transatlântica: "Mais do que nunca, a aliança prova o seu valor como um farol de liberdade para todos amigos e parceiros que pensam da mesma forma além da Europa e da América do Norte."

A questão é que, diz o Rei de Espanha em jeito de desafio aos dirigentes políticos presentes na capital espanhola, "os líderes da Aliança devem também saber olhar para o que está além do espaço euro-atlântico", numa uma referência ao Atlântico Sul e ao Mediterrâneo, Norte de África e Sahel, preocupação constante das autoridades espanholas e que também tem sido manifestada por Portugal, até pela criação do Centro do Atlântico.

Filipe VI diz que "uma das maiores questões que enfrentam os líderes que se reúnem em Madrid para refletir sobre o futuro da NATO será como encontrar o equilíbrio certo entre responder às ameaças imediatas na Europa de Leste e a necessidade de enfrentar os desafios sistémicos e de longo prazo".

Quanto à Ucrânia, o monarca espanhol elogia a resposta da comunidade transatlântica: "Temos razões para estar confiantes de que a relação transatlântica está mais forte do que nunca e de que a Europa se manteve unida face à intolerável agressão da Rússia. No entanto, angariar apoio para além do Euro-Atlântico está a revelar-se consideravelmente difícil."

Antes de sair, Felipe VI cumprimentou, na plateia, o autarca de Kiev Vitali Klischko e o irmão. Pesos pesados na plateia no fórum que antecedeu o jantar dos chefes de estado e de governo com o rei espanhol.

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