Inflação já afeta economia dos EUA. Banco central obrigado ao maior aumento das taxas de juro em 20 anos

O banco central norte-americano alertou que a guerra na Ucrânia e os confinamentos na China vão agravar a inflação.

O banco central norte-americano anunciou esta quarta-feira uma subida das suas taxas de juro em 50 pontos base, o primeiro aumento desta dimensão desde 2000, para tentar controlar a inflação.

No comunicado divulgado após uma reunião de dois dias, a Reserva Federal (Fed) indicou que se justificam outros aumentos no futuro.

As taxas de juro de referência nos Estados Unidos ficam agora entre 0,75% e 1%, indica o comunicado.

A Fed indicou também que vai começar a reduzir o seu balanço a partir de 01 de junho, uma outra medida de endurecimento da política monetária norte-americana para travar a escalada da inflação.

O banco central alertou que a guerra na Ucrânia e os confinamentos na China vão agravar a inflação e os problemas de logística.

A subida das taxas foi votada por unanimidade no comité de política monetária.

Os membros da Fed continuam a acreditar que a inflação se aproximará progressivamente da meta de 2% fixada pelo banco central, à medida que aumentam os custos do crédito, mas insiste que vai "manter-se particularmente atenta à inflação".

A inflação em março atingiu 8,5%, o nível mais elevado desde dezembro, segundo o Índice de Preços no Consumidor (IPC) divulgado pelo Departamento do Trabalho.

O comité sublinhou o impacto "muito incerto" dos fatores externos, como a invasão da Ucrânia pela Rússia, que "cria pressão adicional para a inflação, havendo ainda o risco de afetar a atividade económica".

Além disso, os confinamentos na China para travar os casos de Covid-19 "são suscetíveis de exacerbar as perturbações na cadeia de abastecimento", refere o comunicado do comité de política monetária.

O banco central, que acumulou ativos no valor de cerca de nove biliões de dólares com as aquisições de obrigações do Tesouro e outros títulos, indicou também que vai começar a reduzir o seu balanço ao ritmo de 47,5 mil milhões de dólares por mês a partir do início de junho, acelerando para 90 mil milhões ao fim de três meses.

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