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As forças russas estão a realizar mais ataques aéreos contra a região de Lugansk, no leste, e a atingir com mísseis a região ocidental de Lviv, para compensar as falhas do Exército, adiantou esta terça-feira o Presidente ucraniano.
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Volodymyr Zelensky explicou, na sua mensagem de vídeo noturna, que as regiões fronteiriças da Ucrânia foram alvo de "atividade de sabotagem" russa, sublinhando ainda que as regiões de Sumy e Chernihiv, no nordeste, também foram alvo de ataques com mísseis.
"Tudo isto não está apenas a criar tensão para o nosso lado, não é apenas um teste à nossa força. Esta é uma espécie de tentativa de compensar o Exército russo por uma série de falhas no leste e no sul do nosso país", salientou o chefe de Estado ucraniano.
O governante apontou que as forças russas são incapazes de demonstrar qualquer sucesso nas áreas onde estão a tentar atacar.
Portanto, "eles estão a tentar mostrar sucesso através dos seus mísseis e outras atividades, mas também sem nenhum efeito", acrescentou.
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"Estes ataques, como muitos anteriores, não mudam nada fundamentalmente. Além disso, as nossas capacidades de defesa aérea e de antisabotagem estão a ficar mais fortes", referiu ainda Zelensky.
O governo regional de Zaporizhia disse esta terça-feira, através da rede social Telegram, que guerrilheiros ucranianos terão matado vários oficiais russos de alta patente na cidade de Melitopol, no sul.
As forças russas ocuparam esta cidade desde o início da guerra.
De acordo com o governo regional, os invasores estão a tentar esconder a situação, mas as forças russas estavam a verificar mais ativamente os carros particulares esta terça-feira, à procura de guerrilheiros ucranianos.
No entanto, não foi adiantado mais nenhum detalhe sobre estas mortes e estas informações não puderam ser confirmadas de forma independente, noticiou a agência Associated Press (AP).
Ao longo da guerra, os ucranianos alegaram ter matado muitos generais russos e outros oficiais, sendo que algumas destas mortes foram confirmadas por Moscovo.
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 84.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,2 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa - justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 3.752 civis morreram e 4.062 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.