Rússia-Ucrânia. Chefe da diplomacia Europeia visita "linha da frente"

Borrell pretende expressar "firme apoio" da União Europeia à integridade e soberania da Ucrânia.

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa desloca-se esta quinta-feira à Ucrânia, numa altura em que os países ocidentais temem uma nova incursão Russa pelo território da Ucrânia.

Na visita à Ucrânia, que incluem uma deslocação à linha da frente, na zona de conflito, Josep Borrel e tem encontro marcado com "responsáveis ucranianos", de acordo com a Comissão Europeia, para "uma manifestação de apoio à soberania e integridade do território da Ucrânia".

A deslocação do chefe da diplomacia europeia à linha da frente junto aos separatistas pró-russos, surge numa altura em que Se adensam as preocupações de uma eventual invasão em larga escala do território ucraniano, depois de Moscovo mobilizar cerca de 100.000 militares para a fronteira.

A visita de de Joseph Borrell a Ucrânia acontece a poucos dias de um encontro de alto nível entre Washington e Moscovo, marcado para o próximo domingo, em Genebra.

Os tópicos em cima da mesa incluem o controlo de armamento nuclear, e a tensão entre Moscovo e Kiev.

Ainda este mês está prevista uma outra ronda de negociações, numa sessão do Conselho Rússia-Nato, logo após as reuniões com representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.

Numa espécie de ultimato, Moscovo apresentou há menos de duas semanas duas propostas sobre a segurança, que na prática proíbem expansão da NATO, e da influência ocidental para leste.

Diplomatas da UE, citados pela imprensa europeia, admitem que as propostas são uma forma de desviar atenções sobre a situação na fronteira com a Ucrânia. Além disso, entendem que as exigências de Moscovo não têm margem para ser aceites.

Josep Borrell entende que é a segurança da União Europeia que está em causa, e considera que Bruxelas não deve ser excluída das conversações, e referiu em entrevista ao Euractiv que "qualquer discussão sobre a segurança europeia deve acontecer em coordenação e participação da UE".

"Não queremos e não devemos ser um espetador indiferente, com as decisões sendo tomadas por cima das nossas cabeças", afirmou Borrell, acrescentando que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, partilha uma perspetiva semelhante.

Na visita à Ucrânia, além da deslocação à zona de conflito com os separatista pro russos, ao chefe da diplomacia europeus reúne-se em Kiev com diversos dirigentes ucranianos, para debater a situação e a quem expressará o apoio da UE.

"Timing determinante"

Ouvida pela TSF, Ana Isabel Xavier, docente na Universidade Autónoma de Lisboa, a visita do chefe da diplomacia europeia a Kiev acontece num momento determinante.

Ana Isabel Xavier que é também subdiretora do OBSERVARE, o Centro de Estudos Internacionais, afirma que esta tomada de posição da União Europeia, é um passo importante, mas não significa que os estados membro estão a pensar colocar pressão militar sobre a Rússia.

As sanções económicas serão sempre as mais prováveis, mas em cima da mesa, poderá estar também um gasoduto que liga a Rússia à Europa, a partir da Alemanha, considera docente especialista em questões internacionais.

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