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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen admite um novo agravamento das sanções, com embargos que venham incluir "as importações de petróleo". A chefe do executivo comunitário fez a afirmação durante a conferência de imprensa em que apresentou o quinto pacote de medidas contra o regime de Vladimir Putin.
Numa reação ao que classifica como crimes de guerra, depois da retirada das tropas russas da cidade de Bucha, o chefe da diplomacia Josep Borrell quer que a União Europeia agrave as medidas contra economia que tem servido de suporte à máquina de guerra do Kremlin.
"Estamos agora a propor, para aprovação do conselho, para aumentar os embargos a algumas exportações, incluindo tecnologias, combustível de avião, embargo à importação de bens que dão um lucro significativo ao orçamento do estado, proibindo a importação de combustíveis, particularmente carvão, a propor mais sanções financeiras e proibir os navios russos de entrarem nos portos da União Europeia", avançou Josep Borrell.

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Perante o massacre de Bucha, o chefe da diplomacia europeia considera que patrocinadores do regime de Vladimir Putin também devem ser penalizados, propondo que "dezenas de pessoas, desde políticos ao setor dos negócios, envolvido em atividades de propaganda", sejam acrescentados à lista.
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As novas sanções dirigem-se "também entidades, desde o domínio financeiro, militar, industrial e do setor dos transportes, entre as quais, quatro bancos russos importantes, que ficam excluídos do sistema Swift, mas ficam também proibidos de fazer qualquer tipo de atividade e de participar em qualquer tipo de transações na União Europeia".
A presidente da Comissão Europeia avisou que uma nova lista poderá vir a caminho, atingindo as principais fontes de rendimento da economia russa.
"Estamos a trabalhar em novas sanções, incluindo nas importações de petróleo e estamos a refletir em algumas ideias apresentadas pelos Estados-Membros, como imposto e alguns canais de pagamento específicos", assegurou Ursula von der Leyen.
Ouça a reportagem.
Nos corredores diplomáticos em Bruxelas, aumenta a pressão para novos agravamentos das sanções que incluam o gás e o petróleo, mas a medida não avança por agora.
Ontem, o comissário da Economia, Paolo Gentiloni admitiu que o embargo ao gás russo é uma possibilidade que "está em cima da mesa", apesar do impacto económico, reconhecido por Bruxelas. "Se quisermos responder a esta ação militar com instrumentos económicos temos de enfrentar esse custo", admitiu o comissário, frisando que "se as sanções forem alargadas para um embargo ao gás, esse impacto vai aumentar".
O comissário da economia afirma que, para já, a União Europeia não vai acionar a mais poderosa das sanções contra a Rússia. Mas não tem dúvidas que o massacre de Bucha "justifica" uma ação proporcional.
"A situação que estamos a presenciar justifica uma nova tomada de medidas. Não vamos, por agora, tomar medidas em relação ao embargo do gás. Mas, no futuro, isto não está excluído. E, está relacionado com a evolução da guerra, e não tanto se vai afetar mais a Rússia ou a União Europeia", defendeu.