- Comentar
O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken revelou esta terça-feira que permanecem no Afeganistão menos de 200 norte-americanos que querem abandonar o país e que os EUA vão continuar a tentar retirá-los.
Poucas horas depois do anúncio da conclusão da retirada das forças norte-americanas de Cabul, Blinken estimou mesmo que o número de norte-americanos restantes no país poderá estar mais próximo de uma centena e disse que os EUA estão a trabalhar com os países vizinhos do Afeganistão para assegurar a sua partida por via terrestre ou voo fretado, assim que reabra o aeroporto de Cabul.
Em declarações proferidas esta terça-feira, logo após o Pentágono anunciar a conclusão da retirada militar dos EUA do Afeganistão, Blinken confirmou ainda que a embaixada norte-americana naquele país irá continuar encerrada e desocupada no futuro próximo.
De acordo com o secretário de Estado, os diplomatas norte-americanos que trabalhavam na embaixada de Cabul, agora encerrada, passarão a estar sediados em Doha, no Catar.
Blinken disse ainda que os Estados Unidos "trabalharão" com os taliban, mas apenas se os radicais islâmicos "cumprirem seus compromissos".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"Cada passo que dermos não será baseado no que o governo dos taliban disser, mas no que ele fizer para cumprir os seus compromissos", disse Blinken, enfatizando que a nova liderança afegã terá de fazer por "merecer" a legitimidade e apoio da comunidade internacional.
O Pentágono admitiu também esta terça-feira que alguns americanos que queriam deixar o Afeganistão não conseguiram chegar ao aeroporto de Cabul para embarcar nos voos de evacuação rumo aos EUA antes do final das operações.
O general Kenneth McKenzie frisou que os esforços para retirar os norte-americanos que ficaram para trás vão, agora, centrar-se no campo diplomático.
Enquanto isso, os republicanos lançaram um duro ataque a Joe Biden, após o presidente norte-americano anunciar a saída dos últimos soldados do Afeganistão, o que classificam de uma "vergonha" que deixa os cidadãos norte-americanos "à mercê" dos taliban.
Segundo a presidente do Comité Nacional Republicano, Ronna McDaniel, Joe Biden "criou um desastre, dececionou os americanos" e os seus "interesses".
"Isto prova o que já sabíamos: Joe Biden é incapaz de servir como comandante-geral das forças armadas e os EUA e o mundo estão menos seguros por sua causa", criticou McDaniel.
Por sua vez, também o líder da minoria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, teceu duras críticas a Biden por deixar "os americanos à mercê de terroristas".