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O parlamento da Somália elegeu, este domingo, Hassan Sheikh Mohamud como presidente do país pela segunda vez na História.
O resultado foi revelado após um processo de votação que contou com 36 candidatos e foi transmitida na televisão nacional. No final do sufrágio, o novo chefe de estado recebeu 214 votos e derrotou, assim, o atual presidente, Mohamed Abdullahi Mohamed, que somou 110.
O direito ao voto foi limitado aos 328 deputados da Somália devido a preocupações sobre a segurança da realização de eleições com acesso a toda a população - e apenas um não votou.
Durante a eleição, o país esteve sob ordens de recolher obrigatório, proibindo qualquer atividade no espaço público e todos os voos foram cancelados, informou uma fonte oficial à AFP.
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O processo de votação foi realizado no aeroporto da capital, Mogadíscio, criando um cordão de segurança policial.
O chefe de Estado cessante, Abdullahi Mohamed, também era candidato à reeleição, algo que nenhum dos seus antecessores conseguiu. O mandato do ex-presidente terminou em fevereiro de 2021, continuando durante mais de um ano sem um acordo entre os líderes regionais para organizar novas eleições.
Devido a esse impasse, os legisladores decidiram estender o mandato em mais dois anos, mas isso provocou confrontos que reacenderam memórias de décadas de guerra civil, que marcaram o país desde 1991.
A Somália não realiza eleições diretas desde 1969, quando o ditador Siad Barré assumiu o poder. Desde esse ano, a eleição acontece com recurso a um sistema indireto, no qual as assembleias dos estados e os delegados escolhem os seus legisladores que, por sua vez, definem o Presidente.
Para ser nomeado, um candidato precisa reunir o apoio de dois terços dos parlamentares. Se ninguém atingir esse mínimo, são organizadas até mais duas votações entre os candidatos mais votados.
A Somália enfrenta, neste momento, uma insurgência islâmica, uma seca histórica e a ameaça da fome no país.