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O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg emitiu hoje um aviso a Moscovo, sobre a possibilidade de as tropas russas virem a utilizar armamento químico na Ucrânia, alertando que as consequências serão "severas".
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"Qualquer utilização de armas químicas vai alterar dramaticamente a natureza do conflito. Será uma violação flagrante do direito internacional, e terá consequências severas e em larga escala", avisou Jens Stoltenberg.
A falar no Quartel General da NATO, à entrada para a cimeira, Stoltenberg criticou o "enorme erro" de Vladimir Putin, "ao lançar uma guerra contra uma nação soberana", subestimando as "capacidades de defesa das tropas ucranianas".
Como consequência, os aliados vão disponibilizar mais meios militares, para reforçar a presença de tropas no flanco leste da Europa, com quatro novos batalhões dirigidos para a "Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia", adiantou Jens Stoltenberg.
Ouça a reportagem de João Francisco Guerreiro
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Numa cimeira que tem como objetivo demonstrar a "unidade", os aliados vão aprovar o envio de equipamento de proteção militar contra armas químicas, como máscaras e fatos de proteção, para equipar as tropas da Ucrânia.
Numa vídeo-chamada para Bruxelas, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky vai pedir mais ajuda, por exemplo o apoio ao combate através de meios aéreos. Mas, à entrada para a sede da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg insistiu que a Nato não vai arriscar o "confronto direto" com tropas russas.
"Não vamos enviar tropas da NATO para o terreno, nem vamos colocar aviões da NATO no ar. Fazemo-lo porque temos a responsabilidade de assegurar que este conflito não vai aumentar para lá da Ucrânia, causando ainda mais sofrimento, mais morte, e mais destruição", afirmou.
A outra vertente da ajuda à Ucrânia passa pela criação de um dispositivo de defesa cibernética, para prevenir eventuais ataques por meios informáticos lançados a partir da Rússia.

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Está prevista a conclusão da cimeira ao início da tarde, em Bruxelas. Seguem-se duas outras cimeiras: G7 e Cimeira Europeia, também com a presença do presidente norte-americano, Joe Biden.
O presidente dos Estados Unidos já disse que pretende anunciar, em Bruxelas, um novo pacote de sanções contra a Rússia. Do lado europeu, os 27 dizem que "estão prontos" para discutir novas sanções, mas nesta fase, com alguma cautela, para evitar o eventual efeito de ricochete demasiado agressivo sobre a economia europeia.