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A suspensão dos testes da vacina de Oxford ocorreu depois de uma participante no Reino Unido ter sofrido sintomas associados a uma inflamação grave da coluna. A farmacêutica AstraZeneca travou os ensaios para apurar se este se trata, ou não, de um efeito colateral da vacina.
Esta quarta-feira, a farmacêutica confirmou que travou os testes da fase final da vacina contra a Covid-19, que está a desenvolver em parceria com a Universidade de Oxford, após suspeita de uma "reação adversa séria" num participante do estudo.
Só mais tarde o presidente executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, esclareceu que se trata de uma mulher britânica que apresentou sintomas neurológicos consistentes com mielite transversa, "uma rara, mas grave, inflamação da coluna", depois de lhe ter sido administrada a vacina.
O diagnóstico não está ainda confirmado, mas paciente deve ter alta do hospital em breve. Um comité independente vai agora avaliar se existe uma relação direta entre os sintomas da voluntária e a vacina.
Os ensaios clínicos já tinham interrompido antes, em julho, depois de um participante ter manifestado sintomas neurológicos. Mas após exames aprofundados, o doente foi diagnosticado com esclerose múltipla, que os investigadores consideraram não estar relacionada com a vacina, explicou Pascal Soriot, citado pela revista médica Stat News.
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A AstraZeneca frisou que se trata de "uma ação de rotina, que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicada num dos ensaios, enquanto ela é investigada", de forma a garantir que é mantida "a integridade dos ensaios".
"Em testes de larga escala, as doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para que sejam verificadas com cuidado. Estamos a trabalhar para acelerar a revisão de um único evento para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste. Estamos comprometidos com a segurança de nossos participantes e os mais altos padrões de conduta nos nossos testes", concluiu o comunicado.
O mesmo dizem os especialistas consultados pela TSF: uma paragem nos testes faz parte do processo e é "perfeitamente normal", pelo que não há qualquer motivo para alarme.

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No mês passado, a AstraZeneca começou a recrutar 30.000 pessoas nos EUA para o seu maior estudo da vacina, que também está a ser testada em milhares de pessoas no Reino Unido, Brasil ou na África do Sul.

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