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O general Luís Pinto Ramalho, presidente do Grupo de Reflexão Estratégica Independente, afirma que não se pode fazer uma leitura dos acontecimentos entre a Rússia e a Ucrânia só a olhar para os incidentes isolados.
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"Desde há oito anos, os números apontam para 14 mil mortos. Cada morto é realmente uma desgraça, uma fatalidade para cada uma das famílias, mas a verdade é que estamos a falar de 14 mil e hoje apontaram duas baixas. É preciso vermos a realidade dos acontecimentos e não entrarmos em pânico. Essa é uma das questões que o próprio Presidente da Ucrânia também refere", explicou à TSF Luís Pinto Ramalho.
No domingo terminam os Jogos Olímpicos de Inverno e muita tinta já correu sobre uma possível invasão da Ucrânia pela Rússia durante ou depois dos Jogos em Pequim, mas o general Luís Pinto Ramalho sublinha que os conflitos não têm propriamente uma hora para acontecer.

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"As guerras não têm data marcada. Este tipo de acontecimentos acontecem quando são deliberados de acordo com a intenção do agressor ou então acontecem por elementos fortuitos e esse é o problema que existe em Donbass. Uma situação não comandada pode levar a um desastre, mas mesmo nessas situações é bom que quem decide tenha o discernimento, a firmeza e a frieza para não tomar decisões irrefletidas", acrescentou o general.
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Ouça as declarações de Luís Pinto Ramalho à TSF
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona. Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
Os líderes dos separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, decretaram este sábado a mobilização geral para fazer face a este aumento da violência.
Os observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) informaram na sexta-feira que as violações do cessar-fogo na região registaram um "aumento significativo", com mais de 800 violações só na sexta-feira, mais do triplo da média do último mês.
Aquele mesmo órgão registou, nas últimas 24 horas, mais de 1500 violações das tréguas que é suposto estarem em vigor na linha da frente na Ucrânia oriental, número que constitui um recorde.