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O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, agradeceu esta terça-feira às forças de defesa e segurança do país por terem impedido um golpe de Estado, que constituiu um "atentado à democracia".
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"As forças de defesa e segurança conseguiram impedir este atentado à democracia", afirmou Umaro Sissoco Embaló, em declarações aos jornalistas, ao lado do primeiro-ministro, do vice-primeiro-ministro e da ministra da Justiça.
Foi um ""ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga", afirmou Sissoco Embaló, acrescentando que há pessoas detidas e vítimas mortais, sem precisar números.

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O ataque ao palácio do Governo, onde decorria o Conselho de Ministros teve fogo cruzado durante cinco horas, explicou o Presidente.
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"A Guiné-Bissau não merece isto", disse Embaló, rejeitando qualquer responsabilidade: "Sou um homem de paz, contra a violência".
Sissoco Embaló disse que já falou com o secretário-geral da ONU e pediu calma aos guineenses, assegurando que a situação está controlado.
"Peço à população para estar serena", disse.
Vários tiros foram ouvidos hoje perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.
Por volta das 15h30, um conjunto de militares cercaram os palácios do Governo e presidencial, tendo sido "ouvidos tiros de bazuca e metralhadora". Até ao momento, sabe-se que pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, desconhecendo-se para já a existência de mais vítimas.

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A embaixada portuguesa em Bissau aconselhou durante a tarde aos portugueses que estão na capital do país lusófono a ficarem em casa.
O Governo português, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, condenou a tentativa de golpe de Estado. Em declarações à RTP, o chefe da diplomacia portuguesa espera "que seja um acidente de percurso, porque a Guiné-Bissau tem tido um período de estabilidade e consolidação institucional".
O governante português reitera que este é um ataque "inaceitável e condenável" e que "só merece repúdio".
Já em Belém, o Presidente da República informou que está acompanhar a situação na Guiné-Bissau. Ao início da noite, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou que falou com Sissoco Embaló por telefone, a quem transmitiu a sua condenação dos "atentados à ordem constitucional" neste país africano.

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Segundo esta nota divulgada pela Presidência da República, o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, "acompanhou a par e passo, com preocupação, a situação em Bissau, tendo já falado telefonicamente com o Presidente Sissoco Embaló, a quem transmitiu a sua condenação veemente, que é a mesma do Governo português e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a estes atentados à ordem constitucional na Guiné-Bissau".