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O Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta sexta-feira, numa entrevista ao jornal The Washington Examiner, que é capaz de dar a volta aos resultados das eleições de 3 deste mês, recomendando que nunca apostem contra si.
O republicano Trump, que, segundo as projeções da quase totalidade dos órgãos de comunicação social norte-americanos, perdeu as eleições para o rival democrata, Joe Biden, disse sentir-se confiante na vitória e que conseguirá obter os 270 delegados para o Colégio Eleitoral necessários para se manter na Casa Branca.
Na entrevista, Trump apresentou os seus argumentos sobre os estados norte-americanos que considera "chaves", onde, disse, continua a ter possibilidades de dar a volta à situação, voltando a não apresentar quaisquer provas de que poderá conseguir.
"Vamos ganhar o Wisconsin. O Arizona ficará reduzido a 8.000 votos [de diferença] e, sim, podemos fazer uma recontagem aos milhões de votos e encontraremos aí 8.000 votos facilmente. Se houver uma recontagem, estaremos lá em boa forma", argumentou.
Trump vaticinou que também irá vencer no estado da Geórgia.
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"Estamos agora com menos 10.000, 11.000 votos. Mas teremos agora uma contagem manual", defendeu.
A Geórgia começou hoje a recontagem manual de todos os votos das presidenciais, tendo em conta que é pequena a margem de vantagem de Biden, cerca de 14.000, o que a confirmar-se pressupõe que o candidato democrata obterá os 16 delegados do estado.
Em relação ao Michigan e à Pensilvânia, onde a imprensa norte-americana dá a vitória a Biden, o Presidente cessante destacou tratar-se de "grandes estados" e fez finca-pé na sua estratégia de protestar pelo facto de os observadores republicanos não terem seguido de perto a contagem dos votos nalguns momentos do escrutínio.
"Não permitiram aos nossos observadores eleitorais vigiar e observar. Isso é importante. Deveriam ter deitado fora aqueles votos contados nos momentos em que (os observadores de Trump) não estavam lá. Fomos ao tribunal e o juiz ordenou que eles voltassem, mas isso foi depois de dois dias e milhões de votos poderiam ter passado, milhões, e estamos a 50.000 votos" de Biden, argumentou.
Questionado sobre quando pensa que será capaz de dar a volta à situação, Trump respondeu que tal poderá acontecer nas próximas duas a três semanas.
Trump ainda não reconheceu a derrota e há vários dias que assegura que houve fraude na votação, sem, porém, apresentar quaisquer provas.
Quinta-feira, o ainda Presidente republicano reiterou estas acusações na rede social Twitter.
"Durante anos, os democratas falaram sobre como nossas as eleições foram inseguras e fraudulentas. Agora, afirmam: 'que trabalho maravilhoso fez a administração Trump ao tornar as eleições de 2020 as mais seguras'. Na verdade, isso está certo, exceto para os democratas. Eles fizeram eleições manipuladas", escreveu.
A mensagem foi etiquetada pelo Twitter com uma outra em que se advertia para o facto de a reclamação sobre fraude eleitoral estar a ser contestada.
Clicando-se na mensagem de aviso, era-se remetido para uma série de 'tweets' de vários órgãos de comunicação social em que se fala das poucas possibilidades de fraude eleitoral nos Estados Unidos.