- Comentar
A União Europeia (UE) e os EUA chegaram a acordo para a suspensão por cinco anos das taxas aplicadas para resolver a antiga disputa sobre subsídios ilegais concedidos à Airbus e à Boeing, segundo fontes europeias citadas pela AFP.
"Temos um acordo para chegar a uma solução de longo prazo. Enquanto isso, as sanções serão suspensas", disse uma fonte europeia à France-Presse (AFP).
"É um bom acordo, uma longa trégua" neste conflito, disse uma outra fonte próxima do processo, cujas discussões ocorrem no âmbito da cimeira UE/EUA, em Bruxelas.
Segundo a AFP, a suspensão das taxas terá o prazo de cinco anos, um período que deverá servir para fechar um acordo final na disputa que dura há 17 anos.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"Estou muito confiante de que encontraremos um acordo hoje sobre o dossiê Airbus-Boeing durante as discussões com nossos amigos americanos", afirmou hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Washington e Bruxelas decidiram no início de março suspender por um período de quatro meses, até 11 de julho, as taxas alfandegárias que aplicam entre si, no âmbito da disputa entre a fabricante de aviões europeia Airbus e a sua concorrente americana Boeing.
Este anúncio foi recebido com alívio, especialmente em França, onde a sobretaxa de 25% imposta em outubro de 2019 pelos EUA, o principal mercado de vinhos franceses, custou à indústria 500 milhões de euros em 2020.
O imposto foi depois aplicado também ao conhaque e armagnac, pelo então Presidente norte-americano, Donald Trump, em janeiro de 2021, pouco antes de deixar a Casa Branca.
A UE e os EUA estão em confronto desde outubro de 2004, perante a Organização Mundial do Comércio (OMC), por causa da ajuda pública paga aos dois grupos fabricantes de aeronaves, considerada ilegal.
Sob a administração Trump, Washington foi autorizado, em outubro de 2019, a cobrar impostos sobre quase 7,5 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) de bens e serviços europeus importados a cada ano, até 25% para vinhos e bebidas destiladas e 15% para aeronaves Airbus.
Um ano depois, a OMC autorizou Bruxelas a cobrar impostos sobre produtos importados dos EUA e, desde então, a UE impôs tarifas sobre 4 mil milhões de dólares das exportações dos EUA.
O atual Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha garantido, em 14 de maio, que estava a fazer o possível para chegar a um acordo sobre a disputa até julho.
Durante a administração Trump, os EUA iniciaram guerras tarifárias generalizadas, em particular com Bruxelas.
A tendência agora é de apaziguamento e diálogo com a EU, com quem Washington espera contar no seu braço de ferro com a China.