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Estas eleições "não são só uma eleição", explica Eunice Goes: "São 650 eleições e é isso que torna tão difícil prever os resultados." No total, são 650 circunscrições, mas algumas "são marginais", ou seja, com uma diferença quase insignificante entre os dois partidos mais votados.
"Há muito a perder nestas eleições", sublinha Eunice Goes, que arrisca dois cenários: uma maioria conservadora relativamente confortável para Boris Johnson ou um empate, sem maioria para qualquer dos partidos. Neste caso, estaria aberta a porta para Jeremy Corbyn avançar com uma "coligação arco-íris", diz Eunice Goes. Essa coligação poderia juntar os trabalhistas, os Liberais democratas, os Verdes e os nacionalistas da Escócia e de Gales.
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Eunice Goes nota que a campanha tem sido "deprimente", devido ao "número de mentiras que os políticos e os líderes partidários têm dito nas últimas seis semanas. "Mentem sobre factos, sobre sondagens" e por isso, a professora universitária fala numa campanha nada edificante. Pelo contrário, bastante deprimente".
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Apesar disto, "tem havido uma grande mobilização" e Eunice acredita que a taxa de participação nas eleições pode atingir um novo recorde, "entre os 65 e 70%", valores semelhantes aos alcançados no referendo do Brexit, em 2016.
Outro recorde pode ser batido no número de novos cidadãos britânicos. Eunice Goes realça que a nacionalidade britânica "é a única forma de garantir alguma segurança", numa altura em que os Conservadores "têm atacado os cidadãos europeus, enquanto os trabalhistas têm um problema com o anti-semitismo".
Eunice Goes adianta que os crimes de ódio subiram 165%, desde o referendo do Brexit. O mesmo valor, 165%, aplica-se ao aumento do número de pessoas em situação de sem-abrigo.
O serviço nacional de saúde e a degradação dos serviços públicos são outros temas que têm dominado a campanha, que termina esta quinta-feira. Mas Eunice Goes antevê a continuação da saga, durante 5 ou 10 anos, mesmo que Boris Johnson alcance a maioria.