"Uma bofetada na cara." Ucrânia constesta presidência russa do Conselho de Segurança da ONU

A partir deste sábado e durante um mês, a Rússia assume a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Moscovo presidiu pela última vez em fevereiro de 2022, no mesmo mês em que invadiu a Ucrânia

A presidência russa do Conselho de Segurança da ONU "é uma bofetada na cara da comunidade internacional", disse este sábado o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, através da rede social Twitter.

"A presidência russa do Conselho de Segurança da ONU é uma bofetada na cara da comunidade internacional. Exorto os atuais membros a frustrar quaisquer tentativas russas de abuso da sua presidência", escreveu Dmytro Kuleba.

Este cargo é cerimonial e rotativo entre os 15 membros do organismo e, neste mês de abril, é Moscovo quem vai assumir esta posição, apesar de Kiev ter pedido aos membros do Conselho de Segurança que bloqueassem esta mudança. Os Estados Unidos afirmaram que não podiam impedir a Rússia, um membro permanente, de assumir a presidência.

Numa entrevista à Agence France-Presse, na sexta-feira, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que a Rússia não deveria ser membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas explicou que não é possível fazer essa alteração.

"O problema é que a Carta da ONU não permite uma mudança nos seus membros permanentes", referiu.

O Conselho de Segurança vai ser agora liderado por um país com o chefe de Estado sujeito a um mandado de prisão internacional por alegados crimes de guerra.

Para além da Ucrânia, vários países ocidentais também mostraram indignação. O enviado da Estónia à ONU, Rein Tammsar, representando também a Letónia e a Lituânia, expressou grande preocupação e considerou vergonhoso, humilhante e perigoso para a credibilidade e o funcionamento deste organismo.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, através da sua página no Twitter, felicitou de forma irónica a Rússia por ter assumido a Presidência.

"Ansioso por algumas discussões energéticas sobre a proposta da Ucrânia para o destino dos vossos navios de guerra", escreveu Gabrielius Landsbergis.

Moscovo presidiu pela última vez em fevereiro de 2022, no mesmo mês em que invadiu a Ucrânia. Moscovo já garantiu que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, planeia liderar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre "multilateralismo efetivo" e pretende, no dia 25 de abril, realizar um debate sobre o Médio Oriente.

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