Vamos à church curtir?

Igrejas evangélicas, para chegar aos públicos mais jovens, usam termos "cool" nas redes sociais, pastores cheios de tatuagens e "heavy metal" nos cultos

Esqueça aquela dupla de engravatadinhos a perguntar à porta de casa se tem um minuto para ouvir a palavra do evangelho, ou coisa que o valha.

As igrejas evangélicas estão a apostar num linguagem moderna, conectada com a juventude, para atrair novos fiéis, pelo menos em Porto Alegre, segundo reportagem do maior jornal da região, o Zero Hora.

Há pastores tatuados e até a falar de sexo, diz a reportagem.

Algumas igrejas usam canhões de luz, máquinas de fumo e telas gigantes nos cultos.

Há quem tenha mesas de snooker e de ping-pong para os jovens se distraírem antes da leitura do evangelho.

Numa, ouve-se Guns N" Roses e Metallica à entrada dos fiéis.

Noutra, a bíblia está colocada num púlpito em forma de prancha de surfe.

Pelas redes sociais - que substituem com vantagem a tal dupla de engravatadinhos - usam-se termos como "church", em vez de igreja, "flame", em vez de chama, e "in Jesus we trust", em vez de creio em Deus, porque em inglês tudo parece mais "cool", mais conectado, mais antenado.

Em subida a pique na preferência dos cristãos brasileiros, ao ponto de se estimar que até 2040 haja mais evangélicos do que católicos no país, os cultos protestantes não param de inovar e de se reinventar.

Mas na forma, claro.

No conteúdo, por mais tatuagens que o pastor tenha e por mais alto que o "heavy metal" se escute na aparelhagem, uma relação com alguém não cristão ainda é considerada pecado. E se fizer sexo com um cristão, casar é a solução. Entre homem e mulher, claro, porque uniões homoafetivas continuam fora de cogitação.

A "church" agora é "church" mas não deixa de ser uma igreja evangélica.

O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil

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